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    ONU diz que número de mortos em Gaza é superior a 35.000, mas nem todos os corpos foram identificados

    Na semana passada, Israel questionou por que os números de mulheres e crianças mortas tinham caído pela metade

    Pessoas carregam o corpo de um dos trabalhadores estrangeiros da Cozinha Central Mundial (WCK), que foi morto num ataque aéreo israelense, antes de serem transportados para as suas famílias fora de Gaza, no meio do conflito em curso em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, 3 de abril de 2024 (Foto: REUTERS/Mohammed Salem)

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    NAÇÕES UNIDAS/GENEBRA (Reuters) - O número de mortos na Faixa de Gaza em decorrência da guerra entre Israel e Hamas é superior a 35.000, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, depois que Israel questionou uma mudança repentina nos números.

    O porta-voz da ONU Farhan Haq disse que os números do Ministério da Saúde de Gaza -- citados regularmente pela ONU em seus relatórios sobre o conflito de sete meses -- refletem um detalhamento de 24.686 mortes de "pessoas que foram totalmente identificadas".

    "Há cerca de mais 10.000 corpos que ainda precisam ser totalmente identificados e, portanto, os detalhes desses corpos... serão restabelecidos assim que o processo de identificação for concluído", disse Haq a repórteres em Nova York.

    Na semana passada, Israel questionou por que os números de mulheres e crianças mortas tinham caído repentinamente pela metade.

    Haq disse que esses números se referiam a corpos identificados -- 7.797 crianças, 4.959 mulheres, 1.924 idosos e 10.006 homens -- acrescentando: "O Ministério da Saúde diz que o processo de documentação para identificar completamente os detalhes das vítimas está em andamento".

    Oren Marmorstein, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, acusou na segunda-feira os militantes palestinos do Hamas de manipularem os números, dizendo: "Eles não são precisos e não refletem a realidade no local".

    "A repetição das mensagens de propaganda do Hamas sem o uso de qualquer processo de verificação provou repetidamente ser metodologicamente falho e não profissional", disse ele em uma rede social.

    Haq disse que as equipes da ONU em Gaza não puderam verificar de forma independente os números do Ministério da Saúde de Gaza, devido à guerra em andamento e ao grande número de mortes.

    "Infelizmente, temos a triste experiência de coordenar com o Ministério da Saúde os números de vítimas a cada poucos anos para grandes incidentes com vítimas em massa em Gaza e, no passado, seus números provaram ser geralmente precisos", disse Haq.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) "tem uma cooperação de longa data com o Ministério da Saúde em Gaza e podemos atestar que o Ministério da Saúde tem boa capacidade de coleta/análise de dados e que seus relatórios anteriores foram considerados confiáveis", disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris.

    "Os números reais podem ser ainda maiores", disse ela.

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