ONU pressiona por retomada de negociações sobre acordo nuclear com o Irã
EUA dizem estar preparados para usar todos os meios para impedir que o Irã possua uma arma nuclear
Reuters - Uma alta diplomata da ONU pediu nesta terça-feira (17) que as potências mundiais e o Irã trabalhem com urgência para restaurar o acordo de 2015, que suspendeu sanções a Teerã em troca de restrições ao seu programa nuclear, alertando que "seu sucesso ou fracasso importa para todos nós."
O acordo do Irã com o Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos, Rússia e China é conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês). Os EUA abandonaram o acordo em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump como presidente, e o Irã começou a se afastar de seus compromissos nucleares previstos no pacto.
"Embora a diplomacia seja a melhor opção, os Estados Unidos também deixaram claro que um Irã nuclear nunca será uma opção. Estamos preparados para usar todos os elementos do poder nacional para garantir esse resultado", disse o embaixador adjunto dos EUA, Robert Wood, ao Conselho de Segurança.
Diplomatas europeus e iranianos se reuniram no final do mês passado para discutir se podem trabalhar para reduzir as tensões regionais, inclusive sobre o programa nuclear de Teerã, antes do retorno de Trump à Casa Branca em janeiro para um segundo mandato de quatro anos.
"O tempo é essencial", disse Rosemary DiCarlo, chefe de assuntos políticos da ONU, ao Conselho de Segurança, que incorporou o acordo em uma resolução de 2015.
"Embora a responsabilidade recaia sobre os participantes do JCPOA e os EUA, seu sucesso ou fracasso importa para todos nós. A região não pode se permitir mais instabilidade."
O Reino Unido, a França e a Alemanha disseram ao Conselho de Segurança, em uma carta no início deste mês, que estão prontos – se necessário – para acionar a chamada "reativação" de todas as sanções internacionais contra o Irã, a fim de evitar que o país adquira uma arma nuclear.
Eles perderão a capacidade de tomar tal ação em 18 de outubro do próximo ano, quando a resolução da ONU de 2015 sobre o acordo expira.
"Tomaremos todas as medidas diplomáticas para impedir que o Irã adquira uma arma nuclear, incluindo o acionamento da reativação de sanções, se necessário", disse James Kariuki, embaixador adjunto do Reino Unido na ONU, ao Conselho nesta terça-feira.
O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, afirmou ao Conselho que invocar a "reativação" de sanções contra Teerã seria "ilegal e contraproducente".
"A chamada reativação não é uma ferramenta em suas mãos para ser usada como ameaça contra o Irã. O Irã deixou muito claro que tal movimento provocativo será respondido de forma firme e proporcional", disse ele.
O órgão de vigilância nuclear da ONU – a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – afirmou este mês que o Irã está "dramaticamente" acelerando o enriquecimento de urânio a até 60% de pureza, próximo ao nível de 90% necessário para armas nucleares.
Os países ocidentais dizem que não há necessidade de enriquecer urânio a um nível tão alto para qualquer programa civil e que nenhum outro país fez isso sem produzir bombas nucleares. O Irã nega estar buscando armas nucleares e afirma que seu programa é pacífico.
DiCarlo disse ao Conselho de Segurança que a AIEA estava "incapaz de assegurar à comunidade internacional a natureza pacífica do programa nuclear do Irã."
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