OTAN tem "dever" de abater mísseis russos sobre a Ucrânia, diz Polônia
Chanceler acrescentou que os membros da OTAN devem fazer todo o possível para ajudar a Ucrânia
(Sputnik) - Membros da OTAN que compartilham fronteiras com a Ucrânia têm o "dever" de abater mísseis russos que forem considerados como se aproximando de seus territórios, apesar da oposição da aliança, disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, nesta segunda-feira.
"A adesão à OTAN não supera a responsabilidade de cada país pela proteção do seu próprio espaço aéreo — é nosso dever constitucional ... Pessoalmente, acredito que, quando mísseis hostis estão prestes a entrar em nosso espaço aéreo, seria uma legítima autodefesa [interceptá-los], porque, uma vez que eles cruzam nosso espaço aéreo, o risco de detritos ferirem alguém é significativo", disse Sikorski ao Financial Times.
Sikorski acrescentou que Varsóvia tem a obrigação de proteger seus cidadãos, independentemente dos temores de que interceptar mísseis sobre o território ucraniano possa envolver diretamente a aliança no conflito.
Mircea Geoana, secretário-geral adjunto da OTAN, lembrou o princípio da aliança de consultar sobre questões que poderiam potencialmente ter consequências para todos os membros.
"Claro que respeitamos o direito soberano de cada aliado de garantir sua segurança nacional. Mas dentro da OTAN, sempre consultamos antes de tomar qualquer medida que possa ter consequências para todos nós — e nossos aliados poloneses sempre foram impecáveis em consultar dentro da aliança", disse Geoana ao jornal.
Ele acrescentou que os membros da OTAN devem fazer todo o possível para ajudar a Ucrânia e evitar a escalada, que tem sido a linha consistente da aliança desde o início do conflito.
Kiev tem pedido aos países ocidentais que derrubem mísseis sobre a Ucrânia a partir de seus territórios. A mídia francesa, citando autoridades ucranianas, relatou no final de junho que Kiev estava pressionando os aliados europeus para criar uma zona de exclusão aérea no oeste da Ucrânia, implantando sistemas de defesa aérea na Polônia e na Romênia. No final de agosto, o ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que os países da OTAN viam a ideia com "muito ceticismo".
Os países ocidentais intensificaram sua ajuda militar e financeira à Ucrânia desde o início da operação militar da Rússia em 2022. Moscou advertiu contra a continuação do envio de armas para Kiev, dizendo que isso levaria a uma maior escalada do conflito.
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