Percepção positiva do consumo nos EUA despenca com guerra comercial e ameaça de recessão

247 - A percepção positiva dos consumidores norte-americanos registrou forte queda em março de 2025, segundo dados divulgados pela Universidade de Michigan nesta sexta-feira (14). As informações são do portal ABC News.

O levantamento apontou que a percepção sobre a economia piorou além do previsto pelos analistas, refletindo o impacto da guerra comercial conduzida pela administração de Donald Trump e a crescente ameaça de uma recessão.

Esse resultado representa o terceiro mês consecutivo de queda no índice de confiança dos consumidores, atingindo seu nível mais baixo desde novembro de 2022. Entre as áreas mais afetadas estão as expectativas sobre as finanças pessoais, mercado de trabalho, inflação e desempenho do mercado de ações.

Ainda segundo a pesquisa, tanto eleitores democratas quanto republicanos manifestaram uma visão mais pessimista, embora a redução tenha sido mais acentuada entre os democratas, indicando um cenário de preocupação generalizada.

Na quinta-feira (13), o índice S&P 500 caiu mais de 10% em relação ao pico alcançado no mês anterior, configurando uma correção no mercado, a primeira desde outubro de 2023. Apesar de uma recuperação parcial nesta sexta-feira, analistas apontam que a volatilidade dos mercados ainda deve permanecer elevada.

Consumidores americanos projetam uma taxa de inflação de 4,9% para o próximo ano, uma alta significativa em comparação aos dados obtidos em fevereiro. Esse aumento está diretamente relacionado às tarifas impostas por Trump a países como China e nações europeias, elevando os preços ao consumidor e acentuando o risco de estagflação, fenômeno econômico caracterizado por inflação alta associada à estagnação do crescimento econômico.

Economistas alertam que o prolongamento das políticas protecionistas pode desencadear retaliações comerciais contra os EUA, prejudicando exportações e aumentando as chances de uma recessão prolongada. O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) também enfrenta o desafio de lidar com a alta inflacionária, podendo ser pressionado a aumentar juros em um cenário econômico já fragilizado.