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    Pilotos dos EUA reagem com indignação ao vazamento de planos de ataque em chat no Signal

    Aviadores acusam secretário de Defesa de expor vidas e ignorar protocolos de segurança ao compartilhar operação contra o Iêmen em aplicativo comercial

    Piloto do 510º Esquadrão de Caças da Força Aérea dos EUA deixa seu caça F-16 na base aérea de Amari, em 26 de março de 2015 (Foto: REUTERS/Ints Kalnins)
    Luis Mauro Filho avatar
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    247 - A revelação de que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, compartilhou detalhes confidenciais de uma operação aérea em um grupo do aplicativo Signal gerou indignação entre pilotos da Força Aérea e da Marinha.  As informações são do The New York Times.

    Aviadores acusam o alto comando do Pentágono de colocar vidas em risco e romper com princípios fundamentais da segurança militar. O vazamento, segundo eles, comprometeu a confiança na liderança e deixou expostos profissionais que arriscam a vida em missões de combate. “Isso pode acabar matando alguém”, desabafou um piloto após a publicação do caso.

    A informação veio à tona por meio de reportagem da The Atlantic, que revelou que Hegseth divulgou, no chat desprotegido, a programação de voo dos caças F/A-18 Hornet em missão contra alvos da milícia houthi no Iêmen, prevista para o dia 15 de março. 

    A conversa envolvia altos membros do governo Trump e, por erro, incluía até o editor-chefe da própria revista. A gravidade do vazamento é agravada pelo fato de Hegseth se recusar a admitir qualquer falha, defendendo que não cometeu nenhum erro.

    A repercussão foi imediata em bases aéreas, porta-aviões e comunidades militares. Pilotos ativos e veteranos classificaram a atitude como uma quebra flagrante dos protocolos de segurança operacional. Para eles, mais grave do que o vazamento em si foi a falta de humildade do secretário para reconhecer a falha. 

    “O ponto central da segurança na aviação é ter a humildade de entender que você é imperfeito, porque todo mundo comete erros”, afirmou o tenente John Gadzinski, ex-piloto de F-14 da Marinha. “Mas, no fim das contas, se você não consegue admitir quando está errado, vai acabar matando alguém porque seu ego é grande demais.”

    Ao menos uma dúzia de pilotos ouvidos pela reportagem demonstrou frustração e descrença. A cada novo detalhe revelado desde a publicação da matéria, cresce a sensação de abandono por parte da cúpula militar. 

    Para muitos, o incidente mina décadas de construção de doutrina sobre segurança e confidencialidade em operações. “O pior”, relatou um aviador da Força Aérea, “é que agora não podemos mais confiar que estão preocupados com a nossa segurança lá em cima.”

    Além de violar regras básicas de sigilo, o episódio pode ter colocado em risco toda a operação, uma vez que a antecipação dos movimentos estratégicos por parte de grupos inimigos — como os houthis — poderia resultar em emboscadas, perdas humanas e danos diplomáticos. O uso de um aplicativo comercial para tratar de temas tão sensíveis levantou ainda críticas à postura de informalidade e imprudência da liderança militar.

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