Zelensky rejeita condições russas para cessar-fogo no Mar Negro

247 - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira (27) que as condições da Rússia para um cessar-fogo no Mar Negro são "irrealistas" e que Moscou estava tentando arrastar as conversações para capturar mais terras. As declarações foram divulgadas pela agência Reuters. 

Após uma cúpula de países europeus em Paris, ele também afirmou que a suspensão das sanções contra a Rússia no momento seria um "desastre para a diplomacia".

Os Estados Unidos anunciaram acordos separados com Kiev e Moscou na terça-feira (25) para interromper os ataques no Mar Negro e contra as instalações de energia um do outro, o primeiro acordo desse tipo desde que Donald Trump retornou à Casa Branca em janeiro. Nesse contexto, a Rússia afirmou na terça que os EUA concordaram em ajudá-la a suspender uma série de sanções ocidentais e restrições a empresas de alimentos, fertilizantes e transporte como pré-condições para um acordo de segurança marítima no Mar Negro. A União Europeia não foi convidada para essas negociações e disse, na quarta-feira (26), que a retirada de todas as forças russas da Ucrânia seria uma das principais condições para suspender ou alterar as sanções do bloco. 

Apesar do acordo, Moscou acusou Kiev na quarta de usar drones para atacar instalações de energia nas regiões russas de Kursk e Bryansk, e na península da Crimeia. A Rússia alega que observou uma trégua de ataques contra instalações de energia desde 18 de março. Além disso, o próprio Zelensky disse nesta quinta que a artilharia russa danificou a infraestrutura de energia da Ucrânia na cidade de Kherson. 

Ainda segundo Zelensky, o governo Trump deveria adotar uma posição mais dura em relação à Rússia, acrescentando que a Ucrânia precisa da ajuda de Washington para "ser forte" nas negociações. 

A CÚPULA - A França prometeu 2 bilhões de euros em ajuda militar à Ucrânia, enquanto cerca de 30 líderes se reuniam com Zelensky em Paris, nesta quinta.

A terceira cúpula do que França e Reino Unido chamaram de "coalizão dos dispostos" reúne o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o secretário-geral da Otan Mark Rutte, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o vice-presidente turco Cevdet Yılmaz, entre outras autoridades.

Embora os EUA não estejam presentes, as autoridades francesas disseram que o resultado da cúpula será compartilhado com Washington. 

Vários países europeus, incluindo a Alemanha e o Reino Unido, anunciaram planos para aumentar os gastos com defesa, enquanto Trump busca uma reaproximação com o presidente russo, Vladimir Putin, em seus esforços para acabar com a guerra de três anos na Ucrânia. (Com informações da Reuters).