Plano econômico de Kamala visa custos e impostos mais baixos
A agenda econômica de Kamala espelha amplamente a de Biden
WASHINGTON (Reuters) - A vice-presidente dos EUA e candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, está apresentando propostas para cortar impostos para a maioria dos norte-americanos, proibir "aumentos abusivos de preços" nos supermercados e impulsionar moradias populares.
As propostas foram apresentadas durante seu primeiro grande discurso focado em economia como candidata presidencial democrata, nesta sexta-feira.
Kamala está viajando para Raleigh, Carolina do Norte, para delinear uma agenda para seus primeiros 100 dias no cargo. Ela defenderá a expansão do crédito tributário infantil para 6.000 dólares para famílias com recém-nascidos, o corte de impostos para famílias com crianças e a redução de custos com medicamentos prescritos, disseram autoridades da campanha.
A democrata pretende fazer um contraste com seu oponente na eleição de 5 de novembro, o republicano Donald Trump, em relação a tarifas e impostos. No entanto, sua agenda pode encontrar resistência tanto de corporações quanto do Congresso, que rejeitou propostas semelhantes quando elas vieram do presidente Joe Biden.
A agenda econômica de Kamala espelha amplamente a de Biden, mas introduz alguns novos incentivos para compra de imóveis e tenta controlar preços altos.
Os democratas esperam atrair um amplo segmento do público trabalhador, que frequentemente vê os republicanos como melhores administradores econômicos e que estão preocupados com os custos altos e suas perspectivas econômicas.
Algumas das políticas de Kamala, incluindo as de moradia e alimentos, foram qualificadas pelos republicanos e por alguns grupos industriais como populismo mal pensado e excessivamente liberais.
A inflação nos EUA caiu para menos de 3% pela primeira vez em quase três anos e meio em julho, mas os preços de alimentos e bens de consumo permanecem bem acima dos níveis pré-pandemia.
A campanha de Trump também vem pensando em novos cortes de impostos para famílias de classe média, e o republicano propôs eliminar impostos sobre salários com gorjetas -- algo que Kamala também fez em Las Vegas na semana passada.
Ideias econômicas progressistas têm boa aceitação entre os eleitores, mas se mostram difíceis de serem aprovadas como lei. A maioria das prioridades econômicas de Kamala e Trump precisa garantir apoio majoritário no Congresso. Este ano, um projeto de lei de crédito tributário infantil foi aprovado pela Câmara, mas estagnou no Senado.
Nem todos os elementos da agenda econômica de Kamala estarão no discurso desta sexta-feira. Sua campanha quer evitar dividir eleitores e atrair ataques de grupos empresariais sobre detalhes granulares. Assim, Kamala será "estrategicamente ambígua" em áreas como energia, disseram assessores e conselheiros.
CRÉDITO IMOBILIÁRIO
O plano de Kamala incluirá "a primeira proibição federal de aumento abusivo de preços em alimentos e mantimentos", que, segundo a campanha, visa impedir que grandes corporações explorem injustamente os consumidores enquanto geram lucros corporativos excessivos.
Ela orientará a Comissão Federal de Comércio a impor "penalidades severas" às empresas que violarem os novos limites de aumento abusivo de preços, disseram autoridades da campanha.
Ela também divulgará um plano solicitando 3 milhões de novas unidades de construção, delineará uma série de incentivos fiscais e outras medidas para encorajar a construção de casas para quem compra imóveis pela primeira vez e oferecerá um crédito de 25.000 dólares para esses compradores.
Kamala pretende ainda expandir a assistência para aluguel, proibir a fixação de preços de aluguel e impedir que as empresas de Wall Street comprem casas em grandes quantidades.
Ela também pressionará pela redução dos custos de assistência médica e pelo cancelamento de dívidas médicas, além de divulgar como seu governo negociou uma redução de até 79% nos preços dos dez medicamentos mais vendidos pelo Medicare.
Kamala também traçará contrastes com Trump em política tributária e tarifas, além de manter a promessa de Biden de não aumentar impostos sobre pessoas que ganham 400.000 dólares ou menos por ano, disse sua campanha.
Por sua vez, Trump cortou a taxa de imposto corporativo de 35% para 21% e implementou outras isenções fiscais que devem expirar no ano que vem. Ele prometeu tornar os cortes de impostos permanentes e sugeriu novas tarifas gerais sobre importações, uma ideia que Kamala rejeita.
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