Polônia diz que prenderá Netanyahu se o primeiro-ministro israelense for ao país europeu
Segundo autoridades polonesas, a ausência do premiê está relacionada à posição de Varsóvia em cumprir o mandado de prisão do TPI contra ele
247 - Temendo ser preso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não comparecerá ao 80º aniversário da libertação de Auschwitz, na Polônia. É o que relatou o Times of Israel neste domingo (22). O vice-ministro das Relações Exteriores polonês, Wladyslaw Bartoszewski, declarou que, caso Netanyahu viaje à Polônia, será preso em conformidade com o compromisso do país com o Tribunal Penal Internacional (TPI), segundo um jornal polonês. O país europeu tem como presidente Andrzej Duda atualmente.
As autoridades da capital polonesa, Varsóvia, acreditam que a ausência de Netanyahu está relacionada à posição do país europeu em cumprir o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o premiê por crimes de guerra na Faixa de Gaza. O jornal acrescenta que o presidente israelense, Isaac Herzog, também não estará presente no evento, sendo representado apenas pelo ministro da Educação de Israel, Yoav Kish.
Em 21 de novembro, o Tribunal sediado na Holanda expediu mandados de prisão contra Netanyahu, contra Mohammed Deif, líder do Hamas que Israel disse ter matado, e para o ex-ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant. O grupo islâmico ocupa a Faixa de Gaza.
O evento na Polônia está programado para o Dia Internacional em Memória do Holocausto, em 27 de janeiro, e deverá contar com a presença de dezenas de líderes e chefes de Estado, incluindo o Rei Charles, do Reino Unido. De acordo com o jornal polonês Rzeczpospolita, as autoridades israelenses não entraram em contato com seus colegas poloneses sobre a participação no evento.
Denunciado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), o governo israelense, comandado por Benjamin Netanyahu, foi responsabilizado pela morte de quase 46 mil palestinos na Faixa de Gaza desde outubro do ano passado, conforme estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde local. Israel também expandiu suas ofensivas para países como Irã, Síria, Cisjordânia e Líbano. O TPI julga pessoas, e a CIJ faz o julgamento de Estados
Autoridades palestinas acusam o Exército israelense de cometer “atos de limpeza étnica”. Israel nega, afirmando que sua campanha de bombardeio aéreo tem como objetivo impedir que militantes do movimento palestino Hamas se reagrupem.
Até o momento, não foi possível estabelecer um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, apesar dos esforços de mediadores. Na quinta-feira (19), fontes próximas aos negociadores afirmaram à Reuters que o Catar e o Egito conseguiram resolver algumas diferenças entre as partes, mas ainda restavam pontos de atrito (com Sputnik).
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