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    Putin discutirá laços energéticos em visita ao Cazaquistão, diz Kremlin

    O Cazaquistão continua altamente dependente da Rússia para exportar petróleo para os mercados ocidentais

    Vladimir Putin (Foto: TASS)

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    ASTANA, 27 de novembro (Reuters) - O presidente russo Vladimir Putin discutirá laços energéticos durante uma visita ao Cazaquistão nesta semana, informou o Kremlin na terça-feira. A viagem ocorre em meio a tensões comerciais com a nação da Ásia Central, que exporta a maior parte de seu petróleo através da Rússia.

    O Cazaquistão, que tentou se distanciar da guerra da Rússia na Ucrânia, continua altamente dependente da Rússia para exportar petróleo para os mercados ocidentais e para a importação de alimentos, eletricidade e outros produtos.

    "Nossos países estão... cooperando de forma construtiva no setor de petróleo e gás", escreveu Putin em um artigo intitulado "Rússia – Cazaquistão: uma união exigida pela vida e olhando para o futuro", publicado no jornal Kazakhstanskaya Pravda e no site do Kremlin na noite de terça-feira.

    O artigo de Putin foi divulgado após o ministro da Energia do Cazaquistão declarar na segunda-feira que o país poderia aumentar significativamente suas exportações de petróleo bruto pelo porto de Ceyhan, na Turquia, reduzindo a parcela de fluxos atualmente enviados via Rússia.

    Destacando que mais de 80% do petróleo do Cazaquistão é exportado para mercados estrangeiros via Rússia, Putin afirmou que ele e o presidente Kassym-Jomart Tokayev sempre focaram em "resultados concretos" em suas conversas.

    O assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, disse a jornalistas na terça-feira que Putin e Tokayev assinariam um protocolo para estender um acordo sobre o fornecimento de petróleo ao Cazaquistão, mas não forneceu mais detalhes.

    USINA NUCLEAR

    Putin também afirmou em seu artigo que a corporação estatal de energia nuclear da Rússia, Rosatom, já envolvida em alguns projetos no Cazaquistão, estava "pronta para novos projetos em grande escala".

    Em outubro, o Cazaquistão, uma nação de 20 milhões de habitantes, votou a favor da construção de sua primeira usina nuclear, sob um plano apoiado por Tokayev que enfrentou críticas públicas e preocupações sobre a possível participação da Rússia no projeto.

    A visita de Putin também ocorre em meio a tensões comerciais agrícolas, após a Rússia impor, em outubro, uma proibição à importação de grãos, frutas e outros produtos agrícolas do Cazaquistão. Moscou tomou a medida depois que o Cazaquistão barrou a importação de trigo russo em agosto.

    Embora Tokayev tenha feito gestos bem recebidos por Moscou, como iniciar a criação de um órgão internacional para apoiar a língua russa nos países da antiga União Soviética, seu governo também buscou manter relações amistosas com o Ocidente.

    No mês passado, Astana afirmou que não tinha planos de aderir ao BRICS, o bloco de economias emergentes que Putin espera transformar em um contrapeso ao Ocidente na política e comércio globais.

    O Cazaquistão também prometeu cumprir as sanções ocidentais contra a Rússia, embora algumas empresas cazaques tenham sido flagradas burlando essas restrições.

    A segurança estava reforçada em Astana antes da chegada programada de Putin na quarta-feira, com blocos inteiros da cidade isolados e helicópteros militares e caças patrulhando o céu.

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