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      Putin elogia postura "racional" de Trump, prevê parceria com os EUA e vê Zelensky como fator de desintegração da Ucrânia

      Presidente russo destaca potencial econômico e comenta sobre o futuro da Ucrânia, elogiando postura de Trump

      Vladimir Putin concede entrevista (Foto: Tass)
      Redação Brasil 247 avatar
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      MOSCOU, 25 de fevereiro — Em declarações concedidas ao repórter Pavel Zarubin, da VGTRK, após uma reunião sobre o desenvolvimento da indústria de terras raras, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está disposta a considerar grandes projetos econômicos com os Estados Unidos, inclusive no contexto da resolução do conflito na Ucrânia. A declaração, divulgada pela TASS, também incluiu críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e um reconhecimento à abordagem "racional" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a situação em Kiev.

      Putin ressaltou a importância estratégica das terras raras e afirmou que a Rússia possui vastas reservas desses minerais essenciais para a indústria moderna. "Temos jazidas no norte, em Murmansk, no Cáucaso, em Kabardino-Balkária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Yakutia e Tuva", destacou. No entanto, o presidente admitiu que Moscou ainda não investiu o suficiente nesse setor e precisa ampliar seus esforços.

      Parceria com os EUA e exploração no Donbass

      Putin sugeriu que a Rússia está aberta a colaborações internacionais para a exploração das terras raras, incluindo parcerias com os Estados Unidos. Ele também mencionou a possibilidade de investimentos em projetos na região do Donbass e em Novorossiya. "Existem reservas lá também, e estamos dispostos a trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos", declarou. Além disso, sinalizou interesse em colaborações na produção de alumínio, citando a possibilidade de construção de uma nova usina hidrelétrica na região de Krasnoyarsk, um plano que remonta à época soviética.

      Putin minimizou a relevência de um suposto acordo entre Washington e Kiev para a exploração de recursos naturais na Ucrânia. "Seria necessário avaliar esses recursos, verificar quantos são reais e qual é seu valor", disse, sugerindo ceticismo em relação à capacidade ucraniana de explorar tais riquezas de forma eficaz.

      Trump e o futuro da Ucrânia

      Putin elogiou a postura de Donald Trump em relação ao governo ucraniano, afirmando que o presidente norte-americano não age com base em emoções, mas sim em um "cálculo frio e racional". Segundo o líder russo, Trump tem um estilo "direto e sem embaraço" e pode avançar em uma resolução para o conflito. "Ele não apenas diz o que pensa, mas o que quer. E isso é um privilégio dos grandes líderes", afirmou.

      O presidente russo também argumentou que Zelensky é um obstáculo para a paz e para a própria sobrevivência do Estado ucraniano. "Zelensky é um fator de desintegração da Ucrânia, e Trump entende isso", disse Putin, acrescentando que os Estados Unidos e a Rússia têm interesse em encerrar o conflito rapidamente. "Não se trata apenas de um benefício para a Rússia, mas para a Ucrânia como um todo", pontuou.

      Além disso, Putin criticou Zelensky por evitar negociações de paz, sugerindo que o presidente ucraniano teme que um acordo o obrigue a suspender a lei marcial e realizar eleições. "Ele está se tornando tóxico para a sociedade ucraniana, como demonstrado pelo voto no Parlamento para prorrogar seus poderes", disse. Segundo Putin, o ex-comandante militar Valery Zaluzhny já tem uma popularidade duas vezes maior que a de Zelensky, o que indica uma mudança iminente no cenário político do país.

      BRICS e a postura da União Europeia

      O líder russo também destacou a importância do papel dos parceiros do BRICS na mediação do conflito e afirmou ter discutido a situação com o presidente chinês Xi Jinping. "Respeitamos as iniciativas de nossos parceiros", declarou. Sobre a União Europeia, Putin adotou um tom mais crítico, afirmando que os líderes europeus estão atrelados ao regime de Kiev e fizeram promessas das quais agora não conseguem recuar sem perder credibilidade. "Eles se comprometeram demais e agora é difícil ou quase impossível sair dessa situação sem perder a face", analisou.

      As declarações de Putin reforçam a estratégia russa de se consolidar como um ator econômico relevante no setor de terras raras e de projetar sua influência na crise ucraniana. A abertura a parcerias internacionais, aliada às críticas à liderança ucraniana, demonstra a intenção de Moscou de remodelar o cenário pós-conflito de acordo com seus interesses estratégicos.

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