"Refugiados do TikTok": estadunidenses migram para nova rede social chinesa diante de possível banimento

247 - Usuários dos EUA estão migrando em massa para a plataforma chinesa Xiaohongshu, conhecida como "Red Note", diante da possibilidade de o TikTok ser banido no país. A Suprema Corte dos EUA deve decidir até 19 de janeiro se o aplicativo será suspenso, após uma lei exigir que a ByteDance, empresa controladora do TikTok, venda a operação americana ou enfrente o bloqueio. A decisão foi mantida por um tribunal de apelação em dezembro de 2024.

Segundo reportagem do portal chinês GlobalTimes, usuários americanos autodenominados "refugiados do TikTok" começaram a criar contas na Xiaohongshu para manter contato com seus amigos e explorar novos conteúdos. Muitos compartilharam vídeos explicando o motivo da migração e passaram a interagir com os usuários chineses, buscando dicas sobre o uso da plataforma. "Estamos vindo para cá porque o TikTok pode ser banido, por preocupações do governo dos EUA com privacidade de dados", explicou a usuária americana "WakoGeek".

Para facilitar a adaptação, usuários chineses têm publicado tutoriais em inglês sobre como navegar no aplicativo, ativar legendas bilíngues e usar a função de tradução. Comentários de boas-vindas e links para grupos de bate-papo também são comuns.

A usuária Nina, do Texas, relatou ao Global Times que encontrou semelhanças entre o TikTok e o Xiaohongshu e destacou que é um dos poucos aplicativos chineses disponíveis na App Store americana. Já Marly, estudante da Universidade da Virgínia, afirmou que pretende aprender chinês para aproveitar melhor a plataforma.

Com o movimento migratório digital, o Xiaohongshu passou a liderar o ranking de aplicativos de redes sociais nos EUA. Muitos novos usuários pedem desculpas por não falarem mandarim e prometem estudar o idioma. Nina também mencionou interesse na função de compras do app e espera que ela seja expandida para usuários internacionais.

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou a tentativa de banir o TikTok, afirmando que a medida contraria princípios de concorrência justa. Segundo o The New York Times, há chances de o presidente eleito Donald Trump tentar reverter a decisão, mas a lei entra em vigor um dia antes de sua posse.

Apesar da incerteza, Nina afirmou que pretende continuar no Xiaohongshu mesmo que o TikTok não seja banido. "Os chineses aqui são muito gentis e não quero me afastar dessa comunidade tão acolhedora", disse.