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    Regime de Zelensky atenta contra a liberdade de imprensa na Ucrânia

    Observadores da liberdade de imprensa afirmam que a gestão Zelensky foca em suprimir a cobertura positiva da oposição e reprimir a cobertura negativa do governo e do exército

    Zelensky na Cúpula da Suíça (Foto: Reuters)

    247 - Nos bastidores da guerra na Ucrânia, uma batalha menos visível também preocupa, segundo reportagem do The New York Times divulgada pelo jornal O Globo: a preservação da liberdade de imprensa. Em um cenário marcado por restrições crescentes e alegações de espionagem, jornalistas ucranianos estão enfrentando uma pressão sem precedentes, mesmo para tempos de guerra.

    No centro dessa controvérsia está a recente revelação de um jornalista ucraniano sobre as tentativas de censura por parte da Ukrinform, a agência de notícias estatal do país. Segundo o repórter, a agência tentou impedir entrevistas com políticos da oposição. Segundo a reportagem, a agência de espionagem doméstica da Ucrânia, a SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), "espionou membros da equipe de um veículo de notícias investigativo através de buracos de fechadura em seus quartos de hotel. A emissora pública denunciou o que afirma ser pressão política sobre sua cobertura jornalística". Esses acontecimentos são apenas a ponta do iceberg em uma série de episódios que levantaram preocupações significativas sobre a liberdade de imprensa na Ucrânia.

    Muitos jornalistas ucranianos aceitaram as regras de guerra que restringem a publicação de informações sobre movimentos ou posições das tropas, locais de ataques de mísseis russos e relatos de baixas militares, considerando essas medidas como necessárias para a segurança nacional. Além disso, a autocensura tornou-se uma prática comum, com muitos evitando críticas ao governo para não minar o moral ou comprometer o apoio estrangeiro.

    "A autocensura na Ucrânia é uma característica do tempo de guerra", afirmou Serhii Sydorenko, editor do European Truth, um veículo de notícias on-line independente. Para Sydorenko, a situação "não era um problema" e era inevitável durante a guerra, mas ele espera que haja um retorno à normalidade quando os combates cessarem.

    No entanto, os recentes casos de suposta censura e controle de mídia vão além das restrições de guerra. Em janeiro, os embaixadores do G7 emitiram uma declaração conjunta em apoio à liberdade de imprensa na Ucrânia, ressaltando que "a liberdade de mídia é um pilar fundamental de uma democracia bem-sucedida."

    Analistas e observadores da liberdade de imprensa afirmam que os esforços do governo para controlar a mídia parecem estar focados em suprimir a cobertura positiva da oposição e reprimir a cobertura negativa do governo e das forças armadas. A Ukrinform, por exemplo, recebeu uma lista de sua administração com figuras da oposição e funcionários eleitos locais rotulados como "indesejáveis" para citar em artigos. Entre os incluídos na lista negra estavam veteranos militares e ativistas da sociedade civil.

    O ministro interino da Cultura, Rostyslav Karadeev, que supervisiona a agência de notícias estatal, afirmou este mês à mídia ucraniana que não tinha conhecimento de tal lista. Até o momento, o gabinete do presidente Volodymyr Zelensky não respondeu aos pedidos de comentário.

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