Reguladores dos EUA rejeitam aumento de energia para centro de dados da Amazon, expondo desafios de infraestrutura energética
Comissão Federal de Energia dos EUA rejeita proposta de aumento de fornecimento elétrico a centro de dados, citando riscos à estabilidade da rede
247 - A Comissão Federal Reguladora de Energia dos Estados Unidos (FERC) reafirmou sua decisão de bloquear a ampliação do fornecimento de energia para um centro de dados da Amazon, situado ao lado da usina nuclear de Susquehanna, na Pensilvânia. A informação foi divulgada pela agência Reuters.
O projeto, fruto de uma parceria entre a Amazon Web Services (AWS) e a Talen Energy, previa o aumento da capacidade de fornecimento direto de energia da usina para o data center, passando dos atuais 300 megawatts para até 960 megawatts. A proposta visava acelerar a expansão da infraestrutura de inteligência artificial da Amazon, eliminando a dependência da rede elétrica convencional.
No entanto, em novembro de 2024, a FERC rejeitou o pedido inicial de alteração do Acordo de Serviço de Interconexão (ISA), alegando preocupações com a confiabilidade da rede elétrica e possíveis aumentos nos custos para os consumidores. A comissão argumentou que a PJM Interconnection, operadora regional da rede, não apresentou justificativas adequadas para as mudanças propostas no acordo.
Em resposta, a Talen Energy solicitou uma reavaliação da decisão, que foi novamente negada pela FERC. A empresa então recorreu ao Tribunal de Apelações do Quinto Circuito dos EUA, buscando reverter a decisão do órgão regulador. "A decisão agora nos permite prosseguir com nossos direitos de apelação sobre o mérito no Quinto Circuito", afirmou a porta-voz da Talen, Taryne Williams, em comunicado.
A proposta de co-localização de centros de dados com usinas de energia tem ganhado destaque entre empresas de tecnologia, como forma de garantir fornecimento elétrico confiável e de alta capacidade para suas operações. No entanto, a FERC expressou preocupações de que tais arranjos possam comprometer a estabilidade da rede elétrica e resultar em custos adicionais para outros usuários.
O presidente da FERC, Willie Phillips, discordou da decisão da comissão, classificando-a como "um retrocesso tanto para a confiabilidade elétrica quanto para a segurança nacional". Phillips argumentou que a proposta apresentava medidas adequadas para garantir a estabilidade da rede e que sua rejeição poderia prejudicar a liderança dos EUA em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial.
Enquanto isso, o Congresso dos EUA também se envolveu na discussão. Em dezembro de 2024, o deputado Jay Obernolte, copresidente da força-tarefa de inteligência artificial do Congresso, enviou uma carta à FERC solicitando apoio a projetos de co-localização de centros de dados, destacando sua importância para a segurança nacional e a competitividade global em IA.
Abastecimento energético da indústria de tecnologia é desafio para os EUA
O crescimento da indústria de inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos impõe desafios estruturais significativos à infraestrutura elétrica do país. Com data centers consumindo volumes crescentes de energia, há uma pressão sem precedentes sobre a rede elétrica nacional.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda energética dos centros de dados deve mais que dobrar até 2030, ultrapassando 945 terawatts-hora (TWh), impulsionada principalmente pela IA generativa. Essa expansão coloca em xeque a capacidade das concessionárias de energia de atender à crescente demanda, especialmente em regiões com infraestrutura elétrica já sobrecarregada.
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