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      Bilionário Jorge Paulo Lemann diz que política comercial de Trump está confusa

      Afirmação foi feita pelo bilionário na Brazil Conference, em Harvard, ressaltando que acredita muito nos EUA

      Jorge Paulo Lemann (Foto: Lucy Nicholson/Reuters)

      247 - Em tom crítico e direto, o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann afirmou neste sábado (12) que a política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, está “confusa demais para o seu gosto”. A declaração foi feita durante a Brazil Conference, evento anual realizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT, em Cambridge, Massachusetts. A informação é da jornalista da Folha de S.Paulo Julia Chaib

      "Eu acredito em causar um pouco de disrupção, em sacudir as coisas. E certamente estamos sacudindo, mas acho que estão sacudindo um pouco demais. E, bom, ninguém realmente sabe o resultado. Tem que ir navegando", declarou Lemann, sócio do 3G Capital, diante de uma plateia atenta. 

      Lemann compartilhou o palco com Brad Jacobs, CEO da gigante de logística XPO, que presta serviços para empresas como Amazon e Apple. O tema surgiu quando a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), presente no evento, questionou Jacobs sobre sua visão das políticas comerciais de Trump. Ao responder, Jacobs destacou que, apesar do cenário incerto, pode haver oportunidades para investidores que saibam operar em meio à volatilidade — o que levou à provocação direta a Lemann.

      “Vamos ter que esperar um tempo para ver. Mas ainda acredito muito nos EUA, na filosofia daqui e em todos os empreendedores que vocês têm nos EUA”, ponderou Lemann, reconhecendo a força do ambiente empresarial norte-americano, apesar das críticas à condução econômica atual. Mesmo com ressalvas, o empresário mostrou confiança: “Vai acabar tudo bem, mas ninguém sabe exatamente.”

      Lemann, que é um dos homens mais ricos do Brasil, não comentou durante o evento o escândalo contábil envolvendo as Lojas Americanas, empresa do seu portfólio. O bilionário também recusou pedidos de entrevistas, limitando sua participação ao painel oficial. Ainda assim, mencionou indiretamente o momento delicado vivido por algumas de suas empresas.

      "Meu sonho agora é fazer com que as empresas com as quais estou envolvido continuem, sejam muito bem-sucedidas. Algumas delas estão indo bem. Algumas poderiam ir melhor. Estou tentando melhorar como elas se saem", afirmou, ao ser indagado por Jacobs sobre seus atuais objetivos empresariais.

      A declaração vem pouco depois de o Ministério Público Federal ter denunciado, no fim de março, 13 ex-executivos e ex-funcionários da Americanas por fraude. O trio de controle da empresa — Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira — não foi incluído entre os acusados.

      No ano passado, ao participar da mesma conferência, Lemann havia feito um raro mea-culpa sobre o episódio. "No geral tive sucesso nos negócios, mas os últimos dois anos não foram de muito. Tivemos uma crise em uma das nossas empresas [Americanas], a primeira que compramos, com uma fraude contábil. Estamos lidando com isso. São 30 mil funcionários e temos de tentar salvar a companhia", disse na ocasião.

      A Fundação Lemann é uma das principais patrocinadoras da Brazil Conference.

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