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      Rubio critica Zelensky após reunião com Trump e diz que ucraniano "deveria se desculpar pelo fiasco"

      Secretário de Estado dos EUA questiona se líder ucraniano realmente deseja a paz e diz que Trump decidirá sobre negociações com Putin

      Marco Rubio (Foto: Reuters)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deveria se desculpar após o encontro com o presidente Donald Trump no Salão Oval, nesta sexta-feira (28). Rubio descreveu a reunião como um “fiasco” e levantou dúvidas sobre o real interesse do líder ucraniano em encerrar a guerra contra a Rússia.

      Em entrevista à CNN, Rubio pediu que Zelensky "se desculpasse por transformar essa coisa no fiasco que para ele se tornou", após o encontro com Trump e o vice-presidente JD Vance ter acabado em uma discussão. “Não havia necessidade de ele entrar lá e se tornar antagônico. Quando você começa a falar sobre isso agressivamente, e o presidente é um negociador – ele fez acordos a vida inteira –, você não vai levar as pessoas à mesa”, afirmou o secretário.

      Rubio também sugeriu que Zelensky pode não estar comprometido com um acordo de paz. “Ele diz que quer, mas talvez não queira”, acrescentou. As declarações de Rubio reforçam o desgaste nas relações entre Washington e Kiev, no mesmo período em que líderes do Reino Unido e da França visitaram a capital americana para defender que os Estados Unidos assumam um papel de mediador no conflito sem priorizar os interesses da Rússia. 

      A entrevista de Rubio  aconteceu poucas horas após o término da reunião, que terminou sem um acordo sobre os minerais de terras raras da Ucrânia, um ponto que poderia aproximar a guerra de três anos de um desfecho. Em vez disso, Trump e Vance criticaram Zelensky por, segundo eles, demonstrar ingratidão pelo apoio que os EUA já forneceram à Ucrânia e por superestimar sua capacidade de negociação.

      Após o encontro, Trump ordenou que Zelensky deixasse a Casa Branca – apesar do interesse da Ucrânia em continuar as negociações –, cancelou a entrevista coletiva conjunta e deixou sem respostas o futuro da assistência americana ao esforço de guerra ucraniano.

      Questionado sobre as declarações do senador republicano Lindsey Graham – que, após a reunião, sugeriu que Zelensky deveria considerar renunciar –, Rubio afirmou que Trump "não tomou nenhuma posição sobre isso".

      “O que ele disse hoje foi: ‘Deixe-o voltar quando estiver pronto para fazer a paz’. Foi o que ele disse”, afirmou Rubio. O secretário acrescentou que a postura de Trump em relação a Putin continua sendo “confiar, mas verificar”. 

      Rubio também discordou do tom adotado por Zelensky ao se dirigir a JD Vance durante a reunião. Após o vice-presidente afirmar que o caminho para a paz e a prosperidade passa, possivelmente, pelo envolvimento diplomático, Zelensky rebateu citando uma série de compromissos diplomáticos dos quais Putin participou antes de invadir a Ucrânia em 2022. “De que tipo de diplomacia, JD, você está falando?”, questionou Zelensky.

      A resposta foi mal recebida por Vance, que acusou o líder ucraniano de ser “desrespeitoso” e de tentar “litigar isso na frente da mídia americana”. Rubio declarou que a reunião “saiu dos trilhos” após esse momento e criticou a postura de Zelensky.

      “Esse enfraquecimento dos esforços para trazer a paz é profundamente frustrante para todos que estiveram envolvidos nas negociações até hoje. Acho que ele deveria se desculpar por desperdiçar nosso tempo com uma reunião que terminou da forma como terminou”, afirmou o secretário.

      Rubio reiterou que Zelensky será bem-vindo de volta à Casa Branca quando estiver “pronto para levar a paz a sério”. “Como você vai colocar Vladimir Putin e a Federação Russa em uma mesa para discutir, mesmo que seja apenas para explorar uma oportunidade de paz? Você não vai fazer isso chamando-os de nomes”, declarou. O secretário de Estado também considerou prematuro especular se Trump, Putin e Zelensky poderiam eventualmente se reunir para negociações de paz.

      “Há muito trabalho a ser feito antes de chegarmos a esse ponto. Esta é uma guerra complexa, com causas que remontam a vários anos. Há muito a ser considerado. Ambos os lados já investiram demais nesse conflito”, ponderou Rubio.“Hoje à noite, pessoas morrerão na Ucrânia. Pessoas morrerão neste conflito. Estamos tentando pôr fim a ele. É uma guerra insustentável e sangrenta que tem que acabar. E, neste momento, o único líder no mundo que pode ter uma chance de fazer isso é Donald Trump. Precisamos dar a ele a oportunidade de tentar”, concluiu.

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