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Rússia acusa Kiev de sabotagem eleitoral e Medvedev adverte "traidores"

Ao comentar os incidentes, Medvedev disse que os responsáveis poderiam ser condenados a 20 anos de prisão por traição

Dmitry Medvedev (Foto: Sputnik/Valentin Yegorshin/Pool via REUTERS)

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MOSCOU (Reuters) - A Rússia acusou a Ucrânia, no sábado, de usar "atividades terroristas" para tentar atrapalhar sua eleição presidencial e o ex-presidente Dmitry Medvedev classificou como "traidores" os manifestantes dispersos que tentaram incendiar cabines de votação e derramar tinta nas urnas.

A guerra na Ucrânia lançou uma sombra sobre a votação na eleição, que certamente dará ao presidente Vladimir Putin mais seis anos no Kremlin, mas foi marcada por atos esporádicos de protesto.

No segundo dos três dias de votação, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que Kiev "intensificou suas atividades terroristas" em relação à eleição "para demonstrar sua atividade aos seus manipuladores ocidentais e implorar por ainda mais assistência financeira e armas letais".

Ele disse que, em um desses incidentes, um drone ucraniano lançou um projétil em uma estação de votação em uma parte da região de Zaporizhzhia, na Ucrânia, controlada pela Rússia.

A agência de notícias estatal TASS citou um funcionário eleitoral local que informou não ter havido danos nem feridos quando o dispositivo explosivo caiu a cinco ou seis metros de um prédio que abrigava uma seção eleitoral antes de sua abertura em um vilarejo a cerca de 20 km a leste da cidade de Enerhodar.

A Reuters não conseguiu verificar o incidente de forma independente.

Não houve nenhum comentário imediato das autoridades da Ucrânia, que considera ilegal e nula a eleição que está ocorrendo em partes de seu território controladas pela Rússia.

Enquanto isso, a chefe da comissão eleitoral, Ella Pamfilova, disse que nos dois primeiros dias de votação houve 20 incidentes de pessoas tentando destruir as folhas de votação despejando vários líquidos nas urnas, bem como oito casos de tentativa de incêndio criminoso e uma bomba de fumaça.

Ao comentar os incidentes, Medvedev disse que os responsáveis poderiam ser condenados a 20 anos de prisão por traição.

"Isso é uma assistência direta aos degenerados que estão bombardeando nossas cidades hoje", ele postou na mídia social, referindo-se aos ataques ucranianos.

No último dia de votação, no domingo, os partidários do falecido líder da oposição Alexei Navalny convocaram as pessoas a comparecerem em massa ao meio-dia em um protesto contínuo contra Putin em cada um dos 11 fusos horários do país.

ATAQUES UCRANIANOS

A mídia russa citou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, dizendo que Putin vinha recebendo relatórios militares nos últimos dias sobre tentativas de ataque ao território russo nas regiões fronteiriças de Belgorod e Kursk, incluindo várias tentativas de incursão durante a noite.

"Todos os ataques foram repelidos", disse Putin, segundo a agência de notícias Interfax.

Um ataque de míssil ucraniano matou duas pessoas, e um ataque de drone separado incendiou uma refinaria de petróleo no sábado.

Na região de Belgorod, onde os ataques transfronteiriços vindos da Ucrânia tornaram-se parte da vida cotidiana, o governador Vyacheslav Gladkov relatou a morte de um homem e uma mulher e, no final do dia, um ferido, depois que ele disse que as defesas russas abateram 15 foguetes ao se aproximarem da capital regional.

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