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    Rússia diz estar aberta a conversações com Ucrânia enquanto Zelensky estiver no poder, mas precisa de mais detalhes

    "Primeiro temos que entender o quanto o lado ucraniano está pronto para isso", disse o porta-voz do Kremlin

    Porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em Moscou 23/12/2021 REUTERS/Evgenia Novozhenina (Foto: REUTERS/Evgenia Novozhenina)

    Reuters - O Kremlin sinalizou nesta quinta-feira que está aberto a negociações com a Ucrânia para encerrar o conflito, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky permanece no poder, apesar de duvidar publicamente de sua legitimidade para governar.

    O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse na quarta-feira, durante uma visita à China, que Kiev estava preparada para negociações com a Rússia, desde que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia fossem totalmente respeitadas, embora ele tenha dito que a Ucrânia não via nenhum sinal disso.

    O Kremlin, ao mesmo tempo em que sinalizou sua disposição para conversações em seus próprios termos, questionou publicamente o mandato de Zelensky para governar, apontando que seu mandato de cinco anos expirou em maio e que ele deveria ter convocado uma eleição.

    Zelensky e o Ocidente afirmam que é necessário suspender as regras políticas normais em tempos de guerra e que o Kremlin, dado o sistema político russo rigidamente controlado, não está em posição de criticar.

    Quando perguntado nesta quinta-feira se a Rússia estaria pronta para manter conversações com a Ucrânia enquanto Zelensky estivesse no poder, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres:

    "A Rússia geralmente está aberta a um processo de negociação. Mas primeiro temos que entender o quanto o lado ucraniano está pronto para isso e o quanto o lado ucraniano tem permissão para isso por parte de seus manipuladores."

    Moscou descreve Zelensky como um fantoche dos Estados Unidos, uma caracterização que ele rejeita.

    "Porque até agora você vê declarações muito diferentes sendo feitas, e isso ainda não está muito claro. Além disso, além do problema com a legitimidade de Zelensky, há também um problema com a proibição legal (ucraniana) de ter quaisquer contatos e negociações com o lado russo. Portanto, ainda há muito a ser esclarecido e esclarecimentos a serem ouvidos", afirmou Peskov.

    Pressionado durante uma teleconferência se o Kremlin poderia considerar a possibilidade de negociar com Zelensky ou se descartava categoricamente essa possibilidade, Peskov disse:

    "A questão não é fácil. Do ponto de vista legal, esse problema (de sua legitimidade) está na pauta, mas, do ponto de vista prático, estamos abertos a atingir nossos objetivos por meio de negociações. Portanto, diferentes opções são possíveis aqui".

    A Reuters informou em maio que Putin estava pronto para interromper a guerra na Ucrânia com um cessar-fogo negociado, mas o chefe do Kremlin estava preparado para continuar lutando se Kiev e o Ocidente não respondessem.

    Em junho, Putin disse que a Rússia encerraria a guerra na Ucrânia, algo que ele chama de operação militar especial, somente se Kiev concordasse em abandonar suas ambições na Otan e entregar a totalidade de quatro províncias reivindicadas por Moscou, exigências que Kiev rejeitou rapidamente como equivalentes à rendição.

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