Rússia não trocará território com a Ucrânia após ataque à região de Kursk, diz Lavrov

TASS - A Rússia não está considerando trocar seu território após o ataque à região de Kursk, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.

"É muito difícil dizer qual objetivo e intenção eles estavam buscando. Mas analistas políticos estão discutindo isso agora. E até mesmo [o presidente ucraniano Vladimir] Zelensky disse, ele às vezes comete deslizes freudianos, que eles precisarão disso para futuras trocas. É por isso que eles estão fazendo prisioneiros e querem tomar quilômetros quadrados. É tão simplista e ingênuo. Não discutimos nosso território com ninguém. Não negociamos sobre nosso território", disse o ministro, ao comentar sobre o ataque da Ucrânia à região de Kursk. 

Ele citou o presidente russo Vladimir Putin dizendo há um ano e meio que a Rússia "não é contra negociações, mas aqueles que são contra elas devem perceber que quanto mais eles procrastinarem, mais difícil será chegar a um acordo".

"Em Istambul, menos de um mês após o início de nossa operação militar especial, comparado ao que vemos agora, foi muito fácil chegar a um acordo. Eles não queriam isso", disse o ministro. 

"Sobre todo o resto, o presidente disse em 14 de junho, falando no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que estamos prontos para resolver a situação com base na realidade. A realidade no terreno, a realidade da Constituição Russa, que afirma claramente que agora temos quatro novos territórios constituindo a federação, além da Crimeia. Claro, com tudo isso, também não pode haver conversa sobre a Ucrânia se juntar à OTAN", disse Lavrov. 

O ministro também afirmou que a Rússia não está buscando nenhuma negociação no momento. 

"O presidente russo disse repetidamente que aqueles que fazem declarações insinuando que a Rússia rejeita negociações, enquanto a Ucrânia está pronta para elas — ele já disse isso muitas vezes — pelo menos digam a Zelensky, quando ele estiver em sã consciência, que se tais situações acontecerem em qualquer dia da semana, digam a ele para cancelar seu decreto proibindo negociações", disse Lavrov.