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    Scholz garante que Alemanha se mantém ao lado da Ucrânia

    Líder alemão afirma que seu país não aceita uma paz “ditada pela Rússia”

    Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, durante sessão do Parlamento do país em Berlim (Foto: REUTERS/Michele Tantussi)

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    247 – O premiê alemão, Olaf Scholz, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que a Alemanha jamais aceitará uma paz ditada pela Rússia na Guerra da Ucrânia. Em visita ao Brasil para a cúpula do G20, Scholz reforçou o apoio a Kiev e enfatizou que qualquer solução de paz deve ser justa e baseada no direito internacional. "Provavelmente ninguém na Europa anseia tanto pela paz quanto os ucranianos", declarou. "Mas devemos ter cuidado com soluções falsas que só contêm paz no nome. Paz sem liberdade se chama opressão, e paz sem justiça se chama ditadura."

    A entrevista foi concedida por e-mail, dias antes de Scholz desembarcar no Brasil. O líder alemão, que enfrenta desafios políticos em casa, como a crise de sua coalizão governista e um voto de confiança iminente no Parlamento, destacou que continuará a apoiar a Ucrânia enquanto for necessário, reiterando que a Rússia precisa entender que estratégias de ganhar tempo não funcionarão.

    Scholz ressaltou a importância de utilizar o G20 como plataforma para promover um desenvolvimento justo e sustentável, destacando o papel do Brasil na liderança do bloco. "O Brasil atende a essa exigência na presidência do G20 com uma agenda clara", afirmou, elogiando as prioridades estabelecidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como redução da pobreza e transição energética.

    No entanto, Scholz foi enfático ao afirmar que, enquanto a Rússia continuar em guerra com a Ucrânia e violar princípios da Carta das Nações Unidas, não haverá base para uma parceria confiável no G20.

    Imigração e desafios internos na Alemanha

    A crise migratória e a ascensão da extrema direita também foram abordadas. Scholz reconheceu a importância de rotas legais de imigração e defendeu as medidas de seu governo para facilitar a deportação de pessoas sem direito de permanência. "A Alemanha é um país de imigração com uma das regulamentações mais liberais do mundo", disse, destacando a necessidade de atrair trabalhadores qualificados para sustentar o crescimento econômico.

    Sobre a extrema direita e a AfD, o premiê alemão afirmou que o governo federal não cogita, no momento, solicitar ao Tribunal Constitucional Federal a proibição do partido, mas destacou a importância de enfrentar essas forças politicamente.

    Impacto da vitória de Trump nas relações Alemanha-EUA

    Scholz também comentou sobre o impacto da reeleição de Donald Trump nas relações transatlânticas. "Queremos manter essa cooperação, mesmo com o recém-eleito presidente dos EUA", afirmou, referindo-se ao forte laço histórico entre os países. No entanto, ele destacou que os europeus precisam intensificar seus próprios esforços de defesa, especialmente após o ataque da Rússia à Ucrânia.

    Questionado sobre quando seria o momento para uma negociação de paz com a Rússia, Scholz reiterou que apoia uma solução que respeite a integridade territorial da Ucrânia e os princípios do direito internacional. "Apoiaremos a Ucrânia em seu direito à autodefesa – pelo tempo que for necessário", declarou, reforçando que a paz só será alcançada com base na justiça e na liberdade.

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