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Situação de Nasrallah, líder do Hezbollah, é incerta após ataques brutais de Israel ao Líbano

Houve mais de 20 explosões durante a madrugada em Beirute, seguidas por mais ataques após o amanhecer

Retrato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, 19/09/2024 (Foto: REUTERS/Aziz Taher)

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BEIRUTE/JERUSALÉM, 28 de setembro (Reuters) — Em uma escalada alarmante do conflito entre Israel e Hezbollah, Israel lançou uma nova onda de ataques aéreos nos subúrbios do sul de Beirute e em outras áreas do Líbano, um dia após um ataque massivo na sede do Hezbollah que visava aparentemente eliminar seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah. A situação na região é incerta, e a expectativa sobre o destino de Nasrallah se intensifica, pois o Hezbollah ainda não se pronunciou sobre seu estado.

Os repórteres da Reuters ouviram mais de 20 explosões durante a madrugada em Beirute, seguidas por mais ataques após o amanhecer. Fumaça podia ser vista elevando-se sobre os subúrbios controlados pelo Hezbollah, conhecidos como Dahiyeh. Desde o ataque de sexta-feira, milhares de pessoas fugiram da região, congregando-se em praças, parques e calçadas no centro de Beirute e áreas costeiras. "Eles querem destruir Dahiyeh, querem destruir todos nós", desabafou Sari, um homem na casa dos 30 anos que se refugiou após uma ordem de evacuação israelense.

A ofensiva israelense ocorreu após a confirmação de que um míssil disparado do Líbano havia atingido uma área desabitada em Israel. A Força de Defesa de Israel (IDF) informou que cerca de 10 projéteis cruzaram a fronteira, sendo que alguns foram interceptados. Além disso, os ataques israelenses se estenderam para a região do Vale do Bekaa, um local próximo à fronteira síria que já foi alvo de bombardeios frequentes ao longo da semana.

A intensidade dos ataques de Israel em Beirute na manhã de sábado foi a mais forte desde o início do conflito com Hezbollah, que se desenrola em paralelo à guerra em Gaza há quase um ano. As preocupações aumentam sobre a possibilidade de que o conflito se expanda, envolvendo não apenas o Irã, apoiador principal do Hezbollah, mas também os Estados Unidos.

Embora ainda não haja confirmação sobre o estado de Nasrallah, fontes próximas ao Hezbollah informaram que ele não pôde ser contatado. Um oficial sênior israelense, ao ser questionado sobre a possibilidade de que Nasrallah tenha sido atingido, declarou: "Acho que é muito cedo para dizer... Às vezes, eles escondem o fato quando temos sucesso." No entanto, uma fonte ligada ao Hezbollah garantiu que Nasrallah estava vivo, enquanto a agência de notícias iraniana Tasnim também reportou que ele estava em segurança.

O exército israelense anunciou ter eliminado o comandante da unidade de mísseis do Hezbollah, Muhammad Ali Ismail, e seu vice, Hossein Ahmed Ismail. Os ataques em solo libanês se expandiram, atingindo localidades como a cidade montanhosa de Bhamdoun, ao sudeste de Beirute, conforme informado pelo deputado local, Mark Daou.

Crescimento do número de vítimas

Antes da nova onda de bombardeios, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou na Assembleia Geral da ONU, afirmando que seu país tinha o direito de prosseguir com a ofensiva. “Enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra, Israel não terá escolha, e Israel tem todo o direito de remover essa ameaça e devolver nossos cidadãos a suas casas em segurança”, declarou Netanyahu, que teve sua fala marcada por protestos de delegações que se retiraram.

Autoridades de saúde libanesas confirmaram a morte de seis pessoas e 91 feridos no ataque inicial de sexta-feira, que foi o quarto contra os subúrbios do sul de Beirute na última semana e o mais intenso desde a guerra de 2006. O número de mortos deve aumentar, dado que mais de 700 pessoas já foram relatadas como vítimas em ataques na última semana.

Com a escalada dos ataques, o Hezbollah afirmou ter disparado centenas de mísseis e foguetes contra alvos em Israel, incluindo a cidade de Tel Aviv. No entanto, os sistemas de defesa aérea de Israel têm minimizado os danos até o momento. O Irã, que se manifestou contra o ataque de sexta-feira, acusou Israel de usar bombas "anti-bunker" fabricadas nos EUA.

Diante da crescente violência, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em uma coletiva de imprensa em Nova York, reafirmou que a solução deve ser diplomática e não bélica. "Continuaremos a trabalhar intencionalmente com todas as partes para exortá-las a escolher esse caminho", declarou.

Com a recente ofensiva, mais de 100 mil pessoas foram deslocadas no Líbano esta semana, aumentando o total de desabrigados no país para bem mais de 200 mil. As autoridades israelenses também expressaram sua intenção de reintegrar cerca de 70 mil evacuees israelenses em suas residências como um dos objetivos de guerra.

A situação permanece tensa, com a comunidade internacional acompanhando de perto a evolução dos eventos e temendo que a luta se espalhe ainda mais pela região.

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