Terremoto devastador no Sudeste Asiático mata mais de 140 pessoas em Mianmar

Reuters - Um poderoso terremoto com epicentro em Mianmar abalou o Sudeste Asiático nesta sexta-feira (28), matando mais de 140 pessoas no país, segundo a mídia estatal, e provocando o desabamento de edifícios em uma ampla região.

O tremor também atingiu a Tailândia, onde equipes de resgate em Bangcoc, capital do país, buscavam sobreviventes nos escombros de um edifício em construção que desabou. De acordo com informações da operação de resgate, 117 pessoas estavam desaparecidas e cinco foram encontradas mortas após o colapso da estrutura.

Grande parte da destruição parece ter ocorrido em Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que o terremoto, ocorrido por volta do meio-dia (horário local), teve magnitude de 7,7 e profundidade de 10 km. O epicentro foi localizado a cerca de 17 km de Mandalay.

Com uma população estimada em 1,5 milhão de habitantes, Mandalay é a antiga capital real de Mianmar e considerada o coração do budismo no país. Moradores e a mídia local relataram a destruição de prédios, pontes e estradas.

Segundo a emissora estatal MRTV, por meio do aplicativo de mensagens Telegram, ao menos 144 pessoas morreram em Mianmar e 732 ficaram feridas.

“Todos nós corremos para fora de casa quando tudo começou a tremer”, contou um morador de Mandalay à agência Reuters. “Eu vi um prédio de cinco andares desabar diante dos meus olhos. Todos na minha cidade estão nas ruas, ninguém tem coragem de voltar para dentro dos edifícios".

Um socorrista do grupo beneficente Moe Saydanar disse à Reuters que sua equipe já havia retirado pelo menos 60 corpos de monastérios e prédios em Pyinmanar, localidade próxima à capital Naypyidaw. Segundo ele, ainda há pessoas presas nos escombros.

“Esses 60 corpos são apenas do nosso grupo e apenas da cidade de Pyinmanar”, afirmou.

A situação no país é ainda mais complicada porque o regime militar que governa Mianmar enfrenta uma guerra contra grupos insurgentes que resistem ao seu domínio, o que deve dificultar os trabalhos de resgate e assistência humanitária.