Trump aumenta pressão para obter controle sobre a Groenlândia: "precisamos tê-la"

247 - O presidente norte-americano Donald Trump intensificou nesta semana os esforços para adquirir o controle da Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, afirmando ser essencial para a segurança internacional. 

Em entrevista ao radialista Vince Coglianese nesta quarta-feira (26), Trump deixou claro seu interesse estratégico pela ilha, destacando seu valor defensivo e ofensivo para os Estados Unidos.

"Temos que deixar claro que precisamos da Groenlândia para garantir a segurança internacional. Precisamos disso. Precisamos tê-la", afirmou Trump, justificando seu posicionamento com base na localização geopolítica estratégica da ilha. "É uma ilha necessária sob o ponto de vista defensivo e até ofensivo. Quando você vê centenas de navios passando perto de suas costas, percebe como é uma região movimentada", destacou o presidente.

O interesse americano pela Groenlândia não é novidade. Desde seu primeiro mandato, Trump flerta publicamente com a possibilidade de adquirir a ilha, mas sua obsessão cresceu substancialmente em seu segundo governo.

Apesar da insistência em obter controle sobre a ilha, Trump admitiu dúvidas sobre o desejo dos groenlandeses em se tornarem cidadãos americanos. "Não tenho certeza se os groenlandeses estão prontos para serem cidadãos dos Estados Unidos, mas acho que precisamos fazer isso e convencê-los. Precisamos dessa terra porque não é possível defender adequadamente uma grande parte deste planeta — não apenas os EUA — sem ela. Precisamos disso, e acho que teremos isso", declarou Trump na entrevista.

A pressão diplomática sobre a Groenlândia tornou-se mais evidente com a decisão repentina do vice-presidente J.D. Vance de visitar a ilha nesta semana, sem convite formal das autoridades locais. 

Originalmente, a visita incluía apenas a segunda-dama, Usha Vance, e membros do alto escalão do governo para assistir a uma tradicional corrida de trenós puxados por cães. No entanto, diante das críticas recebidas, o vice-presidente alterou os planos e anunciou que irá visitar uma base militar americana localizada na Groenlândia.

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, reagiu duramente contra a iniciativa do governo Trump, classificando-a como "pressão inaceitável" sobre a Groenlândia. "Claramente, não se trata de uma visita que leva em conta as necessidades ou desejos dos groenlandeses. É uma pressão inaceitável sobre a Groenlândia e a Dinamarca, contra a qual nos posicionaremos firmemente", afirmou Frederiksen na segunda-feira (24).

Apesar da tensão diplomática, autoridades dinamarquesas receberam com relativa satisfação a mudança de agenda do vice-presidente americano. Para o ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, foi uma escolha acertada limitar a visita à instalação militar, evitando interferências diretas na política interna da Groenlândia. 

"Acho uma decisão muito mais sensata visitar a instalação militar do que interferir no que está acontecendo na política groenlandesa, especialmente num momento em que nenhum governo foi ainda formado", declarou Poulsen.

A Groenlândia, localizada entre o Atlântico Norte e o Ártico, possui cerca de 56 mil habitantes e um vasto território coberto por gelo, que vem ganhando importância estratégica devido às mudanças climáticas e ao crescente interesse global no Ártico.

(Com informações do portal Politico)