Trump criou "força gravitacional negativa" na agenda climática, diz Marina

247 – A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, criticou nesta quarta-feira (19) a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à pauta ambiental. Segundo ela, a nova gestão norte-americana tem criado uma “força gravitacional negativa” contra a agenda climática.

Durante o programa “Bom Dia, Ministra”, do Canal Gov, Marina destacou que diversas empresas privadas receberam incentivos na gestão de Joe Biden para investir em soluções sustentáveis e, por isso, devem pressionar o governo Trump para não reverter essas medidas.

“No setor privado, aquelas empresas que estavam sendo beneficiadas com quase R$ 500 bilhões do plano de combate à inflação — que, na verdade, era um disfarce para implementar uma agenda de ação climática do governo Biden — não vão querer abrir mão desses recursos. Então, elas vão pressionar para que o governo negacionista de Trump mantenha essas medidas e ações”, disse a ministra.

Em 2022, Biden assinou um projeto de US$ 430 bilhões para reduzir as emissões de gases do efeito estufa do país e combater o avanço das mudanças climáticas O programa foi considerado um marco nos investimentos dos EUA na agenda do clima. Agora, com Trump novamente na presidência, Marina alerta para um possível retrocesso na agenda ESG (Environmental, Social and Governance).

“Ele criou uma força gravitacional muito negativa para a vida no planeta, com várias empresas e articulações abandonando a agenda ESG”, ressaltou Marina.

Apesar do cenário desafiador, a ministra acredita que a governança climática internacional pode se fortalecer independentemente dos Estados Unidos. “É um prejuízo muito grande, mas o multilateralismo começa na agenda climática sem os EUA e, agora, terá de aprender a ser forte”, destacou.