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    Trump diz que americanos podem sentir "dor" em guerra comercial com México, Canadá e China

    Canadá, México e China reagem com represálias comerciais

    Presidente dos EUA, Donald Trump - 30/01/2025 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou neste domingo (data local) a decisão de impor tarifas sobre importações do Canadá, México e China, alertando que as medidas podem causar "alguma dor" aos norte-americanos. A declaração ocorreu após mercados financeiros e parceiros comerciais manifestarem preocupação com os impactos da escalada protecionista. A reportagem é da Reuters.

    Trump, que iniciou seu segundo mandato em 20 de janeiro, anunciou no sábado tarifas de 25% sobre produtos importados dos dois países vizinhos e de 10% sobre bens chineses. Canadá e México prometeram medidas retaliatórias e destacaram os riscos de ruptura nas cadeias produtivas da América do Norte, integradas há décadas por acordos de livre comércio. Já a China afirmou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicará contramedidas ainda não especificadas.

    Críticos apontam que as tarifas devem encarecer produtos para os consumidores e desacelerar o crescimento global. Em uma rede social, Trump defendeu a decisão alegando que os Estados Unidos possuem déficits comerciais com vários países e que a nova política é essencial para a economia.

    "Os EUA têm déficits gigantescos com Canadá, México e China (e com quase todos os países!), devem 36 trilhões de dólares e não vamos mais ser o 'país estúpido'", escreveu o presidente. Ele ainda garantiu: "Este será o período dourado da América! Haverá alguma dor? Sim, talvez (e talvez não!)".

    Impactos econômicos e reação dos mercados

    Estimativas indicam que as tarifas podem reduzir o crescimento dos Estados Unidos em 1,5 ponto percentual neste ano, além de colocar Canadá e México em recessão. A medida também poderia resultar em estagnação econômica e inflação elevada no território norte-americano, fenômeno conhecido como "estagflação".

    Os mercados financeiros ainda aguardam desdobramentos. Especialistas do Goldman Sachs avaliam que os impostos de importação devem ser temporários, pois os critérios para sua remoção foram pouco detalhados pela Casa Branca. A implementação das tarifas está prevista para terça-feira (6h01 GMT), e o governo condiciona sua suspensão ao fim do que classifica como uma "emergência nacional" causada pelo tráfico de fentanil e a imigração ilegal.

    A China demonstrou abertura para negociações, mas rejeitou a vinculação do fentanil ao comércio internacional. "Fentanil é um problema dos Estados Unidos", declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês, destacando que o país já adota amplas medidas contra o tráfico da substância.

    Canadá e México prometem resposta

    A embaixadora do Canadá em Washington, Kirsten Hillman, declarou estar "esperançosa" de que as tarifas não sejam efetivamente aplicadas na terça-feira. "Estamos prontos para seguir dialogando com os Estados Unidos, mas os canadenses esperam que seu governo se defenda", afirmou à emissora ABC News.

    O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reagiu criticamente à decisão de Trump, alertando que consumidores norte-americanos sentirão os efeitos na alta dos preços de alimentos, combustíveis e veículos. Trudeau também anunciou retaliação contra US$ 155 bilhões em produtos dos EUA, incluindo cerveja, madeira e eletrodomésticos. As primeiras tarifas, de 25%, devem entrar em vigor já na terça-feira, com um segundo pacote sendo aplicado em três semanas.

    No México, a presidente Claudia Sheinbaum ainda não detalhou as medidas retaliatórias, mas indicou que o país agirá para proteger sua economia.

    A União Europeia acompanha a situação com apreensão e afirmou que responderá de forma "firme" caso seja alvo de novas tarifas norte-americanas. Montadoras, como a Volkswagen, alertaram que um agravamento da disputa comercial pode prejudicar cadeias produtivas e gerar demissões.

    Debate político e riscos legais

    A decisão de Trump gerou reações no Congresso. Parlamentares democratas acusam o presidente de abuso de poder ao invocar leis emergenciais para justificar as tarifas. "Quem mais sofrerá? Os consumidores norte-americanos, que pagarão preços muito mais altos por produtos essenciais", afirmou o deputado Josh Gottheimer.

    Entre os republicanos, há apoio à medida, mas também preocupação com possíveis impactos sobre a economia. Setores industriais alertam que o aumento de custos pode afetar a competitividade das empresas.

    Os investidores seguem atentos a possíveis novas medidas de Trump, incluindo tarifas sobre petróleo, gás, aço, alumínio, semicondutores e produtos farmacêuticos. A expectativa é de que a Casa Branca adote sanções comerciais contra a União Europeia em breve.

    Enquanto os efeitos das novas tarifas ainda não são plenamente conhecidos, a decisão já reconfigura a dinâmica do comércio global e amplia incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros.

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