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    Trump pretende utilizar ONGs para ofensiva contra governos de esquerda na América Latina

    Projeto 2025 prevê o uso da USAID para financiar movimentos conservadores na região

    Trump faz comício com proteção de vidro à prova de bala (Foto: Reuters)

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    247 – Segundo reportagem publicada pela agência Sputnik Brasil em 2 de novembro de 2024, o ex-presidente norte-americano Donald Trump estaria apoiando um plano de interferência internacional, articulado por meio de organizações não governamentais (ONGs), para combater movimentos progressistas na América Latina. Denominado "Projeto 2025", o documento com 920 páginas, elaborado pela Heritage Foundation com apoio de diversas organizações conservadoras, apresenta diretrizes detalhadas para que um eventual governo republicano avance políticas conservadoras em países liderados por governos de esquerda.

    Ainda que Trump tenha afirmado que não leu o documento e que não pretende lê-lo, o projeto conta com o apoio de mais de uma centena de assessores e conselheiros conservadores próximos a ele. Entre as estratégias destacadas está a utilização da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para financiar movimentos conservadores e ONGs que se alinhem aos interesses norte-americanos, de modo a minar políticas progressistas e fortalecer uma agenda neoliberal nos países-alvo.

    O colunista Jamil Chade, que analisou o documento, destacou que “a USAID atuaria diretamente na promoção de ideias que favoreçam o livre mercado, a redução de impostos e a desregulamentação das leis trabalhistas nos países da América Latina”. Essa estratégia inclui o financiamento de instituições educacionais e think tanks que defendam tais princípios, além de buscar fortalecer o Judiciário local para garantir um ambiente mais favorável ao capital estrangeiro e ao alinhamento com a política externa dos EUA.

    A intervenção via ONGs não é novidade na diplomacia norte-americana. No Brasil, por exemplo, a USAID já atua há mais de 50 anos, notoriamente em iniciativas voltadas para a preservação da Amazônia, que muitas vezes suscitam controvérsias quanto ao verdadeiro interesse por trás das ações. Para alguns críticos, a presença de ONGs internacionais pode, na realidade, servir como ferramenta para a imposição de agendas estrangeiras, enfraquecendo a soberania nacional e influenciando políticas públicas locais.

    O Projeto 2025, por seu caráter abrangente, propõe ainda que os governos republicanos incentivem o financiamento de iniciativas voltadas para a propagação de ideias conservadoras, combatendo o que consideram ser uma "onda socialista" na América Latina. A atuação de ONGs com esse objetivo é, portanto, parte de uma estratégia mais ampla para assegurar que o alinhamento político-ideológico da região favoreça interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos. Essa política expansionista tem gerado resistência em diversos países, com governos locais aprovando legislações específicas para limitar a atuação de organizações vinculadas ao que consideram o "imperialismo norte-americano".

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