União Europeia quer sancionar Israel após ministros defenderem crimes de guerra contra palestinos
Para chefe da diplomacia europeia, declarações recentes de ministros israelenses 'incitam crimes de guerra'
Opera Mundi - O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, evocou neste domingo (11/08) a adoção de sanções contra Israel após falas de ministros do país em defesa de crimes de guerra contra civis na Palestina.
O ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, de ultradireita, pediu o corte do fornecimento de combustível e ajudas humanitárias para civis, enquanto o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, também radical, afirmou que seria “justificável e moral” deixar que 2 milhões de palestinos morressem de fome para libertar os reféns mantidos pelo grupo palestino Hamas.
“Enquanto o mundo trabalha por um cessar-fogo em Gaza, o ministro Ben-Gvir pede cortes de combustível e ajuda aos civis. Assim como as sinistras declarações do ministro Smotrich, isso é uma incitação a crimes de guerra. Sanções devem estar na agenda da UE”, escreveu Borrell, alto representante do bloco para Política Externa, no X.
O representante europeu ainda exortou o governo israelense “a se distanciar de forma inequívoca dessas incitações e se envolver de boa fé nas negociações facilitadas por EUA, Catar e Egito para um cessar-fogo imediato”.
Os mediadores tentam intermediar as negociações para uma trégua em Gaza, mas as conversas se complicaram após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho, em um ataque atribuído a Israel, e o bombardeio a uma escola na Faixa de Gaza que deixou mais de 90 mortos no último sábado (10/08).
Uma nova rodada de negociações está prevista para a próxima quinta-feira (15/08). O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na última sexta-feira (09/08), que confirmou o envio de uma delegação a Doha ou ao Cairo, capitais dos mediadores Catar e Egito, respectivamente, para participar das negociações que também devem alcançar um cessar-fogo e um acordo para a libertação de reféns detidos desde 7 de outubro.
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