Yoon enfrenta possível impeachment após tentativa de lei marcial na Coreia do Sul
Líder do próprio partido do presidente denuncia riscos de medidas autoritárias e defende sua suspensão do cargo
247 – Manifestantes se reuniram em Seul, na Coreia do Sul, nesta quinta-feira (5), em vigílias com velas para protestar contra as ações recentes do presidente Yoon Suk Yeol, que tentou impor lei marcial no país. Yoon chocou a nação ao anunciar, na última terça-feira, poderes emergenciais para o Exército, sob o pretexto de combater "forças antiestatais". A medida foi revogada horas depois, após forte oposição do parlamento, incluindo membros de seu próprio partido.
A pressão sobre Yoon aumentou nesta sexta-feira (6), com Han Dong-hoon, líder do governista Partido do Poder Popular (PPP), afirmando que a suspensão do presidente é necessária para proteger a República da Coreia. Han revelou que Yoon havia ordenado a prisão de políticos proeminentes sob a justificativa de que seriam parte dessas "forças antiestatais". "Acredito que a suspensão imediata do presidente é essencial diante dos fatos recém-revelados", declarou Han.
Oposição prepara impeachment
O principal partido de oposição, o Democrático, protocolou uma moção de impeachment, com votação marcada para este sábado. Para ser aprovada, a medida precisa do apoio de dois terços dos 300 membros da Assembleia Nacional, o que requer pelo menos oito votos do partido governista.
Enquanto isso, parlamentares oposicionistas estão revezando vigílias no plenário para evitar uma nova tentativa de declaração de lei marcial. Kim Seon-ho, ministro interino da Defesa, negou relatos de que o governo planeja repetir a medida.
A última pesquisa da Gallup Korea, divulgada nesta sexta-feira, mostrou que a aprovação de Yoon caiu para 13%, o menor índice de seu mandato.
Cenário caótico e resistência interna
Detalhes sobre o caos da última terça-feira continuam emergindo. Kwak Jong-geun, comandante de operações especiais, relatou ter desobedecido ordens do então ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, para remover parlamentares à força do Congresso. "Ordenei que minhas tropas não entrassem na área e não carregassem munição ao vivo", revelou Kwak em um canal no YouTube.
A oposição tem explorado imagens que viralizaram, como a de sua porta-voz, Ahn Gwi-ryeong, confrontando soldados do lado de fora do parlamento. “Quem confiaria em um presidente que declara lei marcial como se fosse um jogo?”, questionou Ahn em declaração à Reuters.
Riscos para o futuro político do partido governista
Parte do PPP teme uma repetição do colapso ocorrido em 2016, quando a destituição da ex-presidente Park Geun-hye culminou na derrota conservadora nas eleições subsequentes. “Não podemos entregar o governo ao Partido Democrático de Lee Jae-Myung”, alertou o deputado Yoon Sang-hyun.
Se a moção de impeachment for aprovada, Yoon será suspenso e o primeiro-ministro assumirá interinamente, enquanto o Tribunal Constitucional conduz o julgamento do caso. O resultado poderá marcar mais um capítulo turbulento na história política da Coreia do Sul.
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