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    Zelensky diz que aceitaria encontro com Putin se houver ‘plano comum’, mas vê adesão à Otan como improvável

    Presidente ucraniano critica falta de apoio efetivo dos EUA à entrada do país na aliança militar

    Presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia) mais tropas russas em solo ucraniano ao fundo (Foto: Reuters)

    247 - Durante sua participação na Conferência de Segurança de Munique, nesta sexta-feira (14), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que estaria disposto a se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, caso houvesse um “plano comum” entre Kiev e seus aliados para encerrar a guerra. No entanto, ao tratar da possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Zelensky demonstrou pessimismo, afirmando que os Estados Unidos “jamais” viram seu país como um membro efetivo da aliança militar.

    “Os Estados Unidos nunca nos viram como parte da Otan, eles só falavam sobre isso, mas na verdade não nos queriam na Otan, é verdade”, declarou Zelensky durante um painel ao lado de congressistas americanos. “Não é sobre pessoas, sempre houve congressistas que apoiavam nossa participação na Otan, mas no nível mais elevado de liderança, do presidente do país, jamais escutei isso, que nós vamos entrar na Otan”.

    O líder ucraniano destacou que, caso a adesão ao bloco seja definitivamente descartada, a Ucrânia precisará fortalecer suas forças armadas. “Se não formos aceitos, teremos que dobrar o tamanho do nosso exército para fazer frente à Rússia”, alertou.

    A conferência deste ano em Munique está sendo marcada pela expectativa sobre um novo plano de paz que os Estados Unidos estariam preparando para o conflito na Ucrânia. Embora o conteúdo do documento ainda não tenha sido divulgado, Zelensky já se encontrou com Keith Kellogg, enviado especial americano para a Ucrânia, para discutir as propostas. Além disso, ele teve reuniões com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, que, em discurso anterior no evento, não mencionou diretamente a guerra.

    Zelensky também afirmou que recebeu do ex-presidente Donald Trump seu número pessoal de telefone e que pretende discutir com ele um memorando que poderia servir como “uma medida preventiva contra os horrores do retorno de Putin”. Segundo informações divulgadas nos últimos dias, esse acordo poderia incluir garantias de acesso dos EUA ao setor de mineração ucraniano, que abriga reservas estratégicas de terras raras e lítio, materiais essenciais para indústrias de tecnologia e energia renovável.

    O senador republicano Lindsey Graham, que também participou do painel, reforçou que a manutenção do apoio militar dos EUA à Ucrânia dependeria de um acordo abrangente. “Se distribuirmos esse plano para os minerais, Putin ficará ferrado porque Trump defenderá o acordo de ajuda militar”, afirmou.

    Otan e postura russa

    A possível adesão da Ucrânia à Otan foi um dos principais argumentos utilizados por Vladimir Putin para justificar a invasão do país em 2022. Desde então, a aliança militar ocidental expandiu sua presença na região com a entrada de dois novos membros, Suécia e Finlândia, países que compartilham uma longa fronteira com a Rússia.

    Na quarta-feira (7), o secretário de Defesa dos EUA, Pete Heighseth, declarou que “não enxerga” a adesão da Ucrânia à Otan como parte da solução para a guerra. Embora membros do governo americano tenham afirmado que essa possibilidade ainda não foi completamente descartada, Trump declarou na quinta-feira (8) que a Rússia “provavelmente não permitiria” a entrada do país na aliança militar.

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