Clubes militares denunciam “esforço coordenado” para prejudicar imagem das Forças Armadas
Nota conjunta pede investigação rigorosa e repudia sensacionalismo sobre prisões de militares envolvidos no suposto atentado contra Lula, Alckmin e Moraes
247 - Os Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica publicaram uma nota conjunta nesta semana em que denunciam um suposto "esforço coordenado" para prejudicar a imagem das Forças Armadas. A declaração, intitulada "Entre Crises e Narrativas: A Defesa dos Valores Militares", publicada pela CNN, critica o que classificam como "sensacionalismo" em torno das prisões de militares acusados de planejar atentados contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo os clubes, a cobertura midiática e as declarações de autoridades lançam uma "sombra que não lhes pertence" sobre as Forças Armadas, desviando o foco de responsabilidades políticas.
No comunicado, as associações de militares da reserva reconheceram a gravidade das acusações e pediram uma investigação "ágil, imparcial e rigorosa" dos fatos. Ressaltaram, no entanto, que ações individuais dos acusados não representam os valores de honra, lealdade e disciplina que norteiam a instituição. "Tais condutas afrontam princípios fundamentais e são incompatíveis com o juramento de defender a soberania nacional e a Constituição", diz o texto assinado pelos presidentes dos três clubes. Os líderes também alertaram para a instrumentalização das Forças Armadas em disputas políticas e questionaram a responsabilidade de lideranças que, segundo eles, contribuem para escalar as tensões no país.
Ao final da nota, os clubes fizeram um apelo à pacificação nacional e reafirmaram o compromisso das Forças Armadas com a estabilidade e a defesa do bem comum. Criticaram abordagens que "vilipendiam injustamente" a instituição, ressaltando seu histórico de compromisso com a democracia e a integridade do país. "A democracia e a estabilidade exigem vigilância constante e engajamento coletivo", concluíram.
Leia a nota na íntegra:
“Entre Crises e Narrativas: A Defesa dos Valores Militares”Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2024
Em meio aos recentes acontecimentos que abalaram o País, nesta simbólica data de 19 de novembro, Dia da Bandeira — tão significativa para os brasileiros —, os noticiários destacaram a prisão de um oficial-general e quatro oficiais superiores do Exército. Eles são investigados por uma suposta tentativa de atentado contra o Presidente da República, o Vice-presidente e um ministro do Supremo Tribunal Federal. Dada a gravidade do caso, espera-se que haja uma investigação ágil, imparcial e rigorosa dos fatos.
É imperativo, também, o indispensável repúdio imediato e veemente às palavras e às atitudes dos acusados. Se confirmadas, são incompatíveis com os valores que norteiam os integrantes das Forças Armadas. Tais condutas afrontam princípios fundamentais como honra, lealdade e disciplina. Não são dignas de quem fez o solene juramento de defender a soberania nacional, a Constituição e, em última instância, morrer pelo Brasil.
O País atravessa uma crise profunda, que também impacta suas Forças Armadas, frequentemente arrastadas para o centro de disputas políticas em escalada. Essa situação decorre da falta de patriotismo, sensibilidade e responsabilidade por parte de lideranças políticas e autoridades constituídas. É válido questionar, em meio a esse cenário, se determinadas ações não visam, de forma insidiosa, enfraquecer a democracia, minar seus valores essenciais e restringir as liberdades individuais que sustentam a ordem social.
Por outro lado, é inquietante observar a escolha de datas emblemáticas para divulgar informações que comprometem a imagem das Forças Armadas, buscando associar a instituição a atos isolados. Um exemplo significativo ocorreu em 19 de abril do ano passado, Dia do Exército Brasileiro, quando o Presidente da República participou da cerimônia comemorativa no Quartel-General do Exército. Ao cobrir o evento, parcela da mídia noticiou, também, a prisão de um oficial superior, que poderia ter sido realizada em qualquer outra data.
Parece que há um esforço deliberado e coordenado para comprometer a imagem das Forças Armadas junto à população. Por meio de abordagens distorcidas, são disseminadas narrativas que vilipendiam, injustamente, uma instituição que tem historicamente demonstrado compromisso com a estabilidade e a integridade do país. Concomitantemente, essas ações desviam o foco das responsabilidades daqueles que, em tese, deveriam dedicar-se a buscar soluções concretas para promover melhorias reais na vida do povo brasileiro.
O sensacionalismo em torno da prisão dos acusados, aliado à divulgação seletiva de informações e às declarações precipitadas de autoridades que deveriam agir com discrição, lança sobre as Forças Armadas uma sombra que não lhe pertence.
Diante disso, o Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica reafirmam sua dedicação aos princípios que orientam as Forças Armadas: o serviço à Nação e à defesa da paz e do bem comum. Convocam os brasileiros a se unirem em torno desses valores e exortam lideranças legítimas a promoverem a pacificação nacional e o respeito às Forças Armadas. Em tempos difíceis, alertam que a democracia e a estabilidade exigem vigilância constante e engajamento coletivo.
A honra e os valores das Forças Armadas permanecem acima de condenáveis ações isoladas ou narrativas oportunistas, simbolizando sua lealdade inabalável à Nação!
José Afonso Prado Maia de Faria – almirante de esquadra e presidente do Clube Naval,
Sérgio Tavares Carneiro, general de brigada e presidente do Clube Militar,
Marco Antonio Carballo Perez – major brigadeiro do ar e presidente do Clube da Aeronáutica.
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