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Entenda as três principais conexões de Bolsonaro no roubo das joias, de acordo com o relatório da PF

Conversas de aplicativo e depoimento de Mauro Cid reforçam suspeitas de envolvimento de Bolsonaro no esquema de roubo de joias presidenciais

Mauro Cid (à esq.), Jair Bolsonaro e joias dadas ao Brasil (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução | Reuters)

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247 - O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o roubo das joias presidenciais, revelado nesta segunda-feira (8), expõe conexões diretas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o esquema, aponta reportagem do Metrópoles. Doze pessoas, incluindo Bolsonaro, foram indiciadas por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bem público. Segundo a PF, o ex-presidente vendia presentes recebidos de autoridades para enriquecimento ilícito.

1. Repasse fracionado

Em depoimento prestado ao delegado Alvarez Shor, em março deste ano, o general da reserva Mauro Lorena Cid confirmou ter repassado US$ 68 mil para Bolsonaro de forma fracionada, valor proveniente da venda de relógios das marcas Patek Philippe e Rolex. Mauro Lorena Cid é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ordens de Bolsonaro, apontado como coordenador do esquema de roubo das joias a mando do ex-presidente.

O general ganhou notoriedade ao aparecer em uma foto tirada ao lado de uma escultura de um veleiro e uma palmeira, outro presente de autoridades estrangeiras que o grupo tentou negociar.

2. Árvore e barco

A escultura do veleiro e da palmeira é citada pela PF como outra ligação entre os desvios e Bolsonaro. Em dezembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid perguntou ao ex-presidente: "O senhor vai trazer a árvore e barco?", em referência à escultura. Bolsonaro enviou duas mensagens de resposta que foram apagadas. A investigação revelou que a escultura foi levada pelo pai de Cid a lojas nos EUA para avaliação, mas, por ser feita de latão e de pouco valor, os envolvidos desistiram da negociação.

3. Selva

Outra conversa por aplicativo de mensagem compromete Bolsonaro em relação ao "kit rosé", presente da Arábia Saudita ao ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O kit, composto por um anel, abotoaduras, um relógio e um terço islâmico, foi discutido por Bolsonaro, que respondeu com o termo "selva" — jargão militar que, no contexto, significava "afirmativo". A análise do celular do ex-presidente mostrou que ele respondeu cerca de um minuto após abrir a página do leilão.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que os protocolos sobre tratamento e catalogação dos bens recebidos pela presidência são responsabilidade do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, sem ingerência do ex-presidente. Além disso, a defesa destacou que Bolsonaro se apresentou espontaneamente e entregou os bens assim que foi informado sobre o procedimento do Tribunal de Contas da União (TCU) que avaliava a destinação dos itens do acervo da presidência.

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