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    Jurista defende tornozeleira em Jair Bolsonaro para evitar fuga aos EUA

    Marcelo Uchôa diz que recente fala do ex-presidente indica plano para se furtar à aplicação da lei penal, o que justifica nova medida cautelar

    Marcelo Uchôa, Michelle e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | Reuters/Carla Carniel)
    Joaquim de Carvalho avatar
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    247 - O professor de direito Marcelo Uchôa, um dos mais destacados juristas da nova geração, disse que a recente fala de Jair Bolsonaro sobre seu plano de ir à posse de Donald Trump justifica a colocação de tornozeleira eletrônica.

    “Enxergo a afirmação do multidelinquente Bolsonaro de que irá à posse do Trump como um alerta de ameaça de fuga. Além de monitorá-lo os passos, as autoridades competentes deveriam meter-lhe uma tornozeleira.  Se ele foge para a Argentina, poderá ter corredor aberto pros Estados Unidos”, escreveu em postagem na rede social X (antigo Twitter).

    Durante live com o sanfoneiro Gilson Machado, que chegou a ser ministro do Turismo no governo de extrema direita, Bolsonaro disse que tiraria a barba para comparecer à posse de Trump, marcada para 20 de janeiro, em Washington.

    Bolsonaro teve o passaporte apreendido em fevereiro deste ano, por decisão de Alexandre de Moraes, que assim justificou a medida cautelar:

    “O desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de evasão dos investigados, intento que pode ser reforçado a partir da ciência do aprofundamento das investigações que vêm sendo realizadas, impondo-se a decretação da medida quanto aos investigados referidos, notadamente para resguardar a aplicação da lei penal.”

    Bolsonaro reagiu com ironia a seu recente indiciamento por tentativa de golpe e outros dois crimes previstos na Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito.

    Disse que a Polícia Federal procura “chifre em cabeça de cavalo” e fez referência a um diálogo vazado em reportagem de Glenn Greenwald, publicada na Folha de S. Paulo, ao dizer que o trabalho policial tinha muita “criatividade”.

    No diálogo, um magistrado auxiliar de Alexandre de Moraes diz a um perito que usasse a criatividade numa informação que seria prestada ao ministro. Não havia crime nenhum, nem indício de manipulação, mas o diálogo tem sido reproduzido pela extrema direita para desacreditar o trabalho do sistema de justiça.


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