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    Lula defende paz na Ucrânia e espera reintegração de Putin ao cenário internacional

    Presidente brasileiro afirmou à CNN que isolamento da Rússia não contribui para a democracia

    Presidente Lula e Vladimir Putin (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS)

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    247 – Em entrevista veiculada nesta sexta-feira (8) pela CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia e expressou sua esperança de que o presidente russo, Vladimir Putin, possa recuperar "o direito de andar pelo mundo" de forma civilizada. "O que eu acho é que nós precisamos trabalhar para que essa guerra acabe de uma vez por todas e o Putin volte a conquistar o direito de forma civilizada de andar no mundo e participar dos eventos", afirmou Lula durante a conversa, reforçando que o isolamento da Rússia não é positivo para a democracia global, conforme reporta a agência Sputnik.

    O Brasil, que assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2023, se prepara para receber a cúpula de chefes de Estado no Rio de Janeiro nos próximos dias 18 e 19 de novembro. Lula salientou que a busca pela paz e pela cooperação entre as nações será central em seu mandato no G20, com a expectativa de construir pontes e fomentar o diálogo.

    Desde que assumiu a liderança do bloco, o governo brasileiro vem se empenhando para viabilizar a participação de Putin no encontro, mesmo diante do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023. A ordem foi baseada em acusações de "deportação ilegal" de crianças ucranianas para a Rússia, uma alegação que Moscou refuta, argumentando que estava protegendo suas vidas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reiterou que a Rússia não reconhece a jurisdição do TPI.

    Para garantir a presença de Putin na cúpula, o Brasil enviou à Comissão de Direito Internacional da ONU um documento que propõe a criação de disposições sobre a imunidade de chefes de Estado, impedindo que sejam processados durante visitas oficiais. A medida reflete a tentativa do governo brasileiro de reforçar o papel diplomático do país e garantir uma discussão abrangente sobre os temas globais, incluindo segurança, desenvolvimento sustentável e resolução de conflitos.

    Contexto do TPI e jurisdição limitada

    Estabelecido em 2002, o TPI tem jurisdição apenas sobre os países signatários do Estatuto de Roma. Rússia, Estados Unidos, China, Israel, Iraque e outros não fazem parte do tratado, limitando o alcance de suas decisões. Lula aproveitou a entrevista para ressaltar a importância de uma abordagem multilateral e de uma diplomacia ativa que contribua para a estabilidade internacional.

    Além de sua posição sobre o conflito Rússia-Ucrânia, Lula lembrou que o Brasil e a Rússia mantêm uma linha de comunicação estratégica no âmbito do BRICS, alinhando-se aos esforços de cooperação mútua. A colaboração entre os dois países, inclusive em temas relacionados à governança global e à reforma de instituições internacionais, como a ONU, continua a ser uma prioridade.

    A presidência de Lula no G20 e o papel do Brasil como um mediador internacional surgem como uma oportunidade de reafirmar seu compromisso com a paz e o fortalecimento de laços que promovam um equilíbrio geopolítico mais estável e menos polarizado.

    Com a proximidade da cúpula do G20, a posição de Lula se destaca por seu enfoque em diálogo e diplomacia. A busca por um consenso que permita a reintegração da Rússia ao cenário global, sem prejudicar os princípios da democracia e da justiça internacional, aponta para uma tentativa de conciliar interesses conflitantes em um momento de crescente tensão mundial.

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