Lula diz que extrema direita ‘venceu batalha contra o papel do Estado’ e cobra aliados
Presidente critica privatizações e pede ‘coragem para defender o que a gente acredita’ em evento no Rio
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (17), durante evento no terminal da Transpetro em Angra dos Reis (RJ), que a "extrema-direita venceu uma batalha contra o papel do Estado". A declaração foi feita durante um discurso em que Lula criticou o desmonte de políticas públicas e privatizações, além de cobrar aliados a defenderem com mais veemência as ações do governo.
"A extrema direita nesse país venceu uma batalha contra o papel do Estado: (dizem que) é corrupto, não presta, é caro, que tudo que é bom tem que vir da iniciativa privada. E muitas vezes nós acreditamos. É preciso que a gente assuma a responsabilidade de defender com mais coragem aquilo que a gente acredita porque, se a gente não levar a sério, vão querer privatizar outra vez", declarou o presidente.
No evento, Lula também voltou a atacar a Operação Lava-Jato, que classificou como uma "caça-níquel contra todos os que defendem a Petrobras". Segundo ele, a empresa estatal continuará sendo alvo de tentativas de privatização "quantas vezes o povo votar errado".
A cerimônia foi marcada pelo anúncio de investimentos na indústria naval. A Transpetro lançou uma licitação para a aquisição de oito navios gaseiros, ampliando sua frota de seis para 14 embarcações.
Recuo na popularidade e críticas à oposição
As declarações de Lula ocorrem em um momento de desgaste na avaliação do governo. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (14), a aprovação do presidente caiu de 35% em dezembro para 24% em fevereiro, o pior índice registrado por Lula em todos os seus mandatos. A desaprovação subiu para 41%, enquanto 32% classificam a gestão como regular.
O índice é inferior até mesmo ao registrado no auge da crise do Mensalão, em 2005, quando 28% dos entrevistados avaliavam o governo como ótimo ou bom.
A queda de popularidade vem sendo atribuída, em parte, a desgastes como a crise envolvendo o Pix, no fim do ano passado, quando a Receita Federal publicou uma norma para ampliar o monitoramento de transações financeiras. O governo recuou e revogou a medida após intensa pressão da oposição. Além disso, a inflação de alimentos tem sido apontada como um fator de insatisfação popular.
A cerimônia no Rio de Janeiro também se transformou em um ato de apoio a Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que o presidente busque um novo mandato. "Lula 4, se Deus quiser, vai ser ainda melhor do que Lula 3", afirmou, referindo-se ao atual governo.
Silveira também pediu que os aliados do governo ampliem a defesa das políticas sociais nas redes sociais. "Só precisamos mostrar o que estamos fazendo. O povo brasileiro vai perceber rápido. E vamos, se Deus quiser, ter o presidente Lula dirigindo o Brasil por bons anos", declarou.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, elogiou os investimentos na indústria naval e reforçou o apoio ao presidente. "Foi por isso que nós fizemos o 'L'", disse, em referência ao gesto adotado por apoiadores de Lula durante a campanha de 2022.
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