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    Lula e Xi terão encontro especial após G20 e Brasil e China reforçarão a parceria estratégica

    Mesmo sem aderir formalmente à Rota da Seda, o Brasil ampliará sua conexão com a China

    Xi Jinping e Lula (Foto: Presidência da República)

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    247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente chinês Xi Jinping se encontrarão na próxima quinta-feira (20), no Palácio da Alvorada, em Brasília, para aprofundar os laços da parceria estratégica entre Brasil e China. De acordo com a Agência Brasil, a visita de Xi a Brasília será marcada pela assinatura de diversos acordos bilaterais que envolvem setores cruciais do governo brasileiro. Esta reunião especial ocorre como desdobramento da visita de Lula à China em abril de 2023 e em celebração aos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

    O secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, ressaltou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (13), a importância deste encontro. “É a ocasião para que os dois mandatários confirmem a elevação da parceria política bilateral, explorem sinergias entre as respectivas políticas de desenvolvimento e programas de investimento e estreitem a coordenação sobre tópicos regionais e multilaterais”, afirmou. Essa parceria estratégica, que teve início em 1993 e se tornou global em 2012, representa a sólida base de diálogo entre Brasil e China em múltiplos fóruns internacionais.

    Saboia destacou a relevância comercial da China, que é o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais fontes de investimentos no país. Em 2023, as exportações brasileiras para o mercado chinês atingiram um recorde de US$ 104,3 bilhões, superando as exportações combinadas para os Estados Unidos e a União Europeia. “A visita servirá para reiterar o esforço do Brasil em ampliar os números do comércio bilateral e diversificar a pauta comercial com produtos brasileiros de maior valor agregado”, afirmou Saboia. Em negociação, estão protocolos que permitem a exportação de mais produtos agrícolas e iniciativas que buscam atrair novos investimentos chineses em infraestrutura e capacidade produtiva industrial.

    Entre as áreas de cooperação destacadas, Saboia mencionou a indústria automotiva, eletroeletrônica e de máquinas e equipamentos como protagonistas dos 93 projetos industriais chineses em curso no Brasil. Adicionalmente, a agenda da visita abrange iniciativas em ciência, tecnologia e inovação, com foco em fontes de energia limpa, nanotecnologia, tecnologia da informação e comunicação, energia fotovoltaica, tecnologia nuclear, inteligência artificial e mecanização da agricultura familiar. “A visita apresentará iniciativas governamentais para incrementar os contratos dessas áreas”, acrescentou Saboia.

    No campo financeiro, há esforços para aprofundar a colaboração entre instituições brasileiras, como o BNDES e a B3, e entidades chinesas. Esse movimento busca dinamizar as relações econômicas bilaterais e proporcionar um fluxo de investimentos que favoreça o desenvolvimento mútuo.

    Quando questionado sobre o impacto da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e sua potencial influência na política externa brasileira, Saboia observou que a parceria com a China transcendeu diferentes administrações americanas e situações internacionais. “A relação Brasil-China já atravessou vários governos norte-americanos, várias situações internacionais diferentes e só se fortaleceu ao longo desses anos”, ressaltou. O Brasil, segundo Saboia, mantém uma postura de diálogo aberto com todos os países, promovendo o comércio e buscando investimentos que gerem riqueza e desenvolvimento sustentável. “Nós temos excelentes relações com os Estados Unidos e é forte o desejo do Brasil manter relações boas e densas com Estados Unidos e China”, concluiu o embaixador.

    Esse encontro reforça a posição do Brasil como um ator relevante no cenário internacional, capaz de mediar parcerias estratégicas que fomentam o crescimento econômico e a inserção em debates multilaterais de relevância global.

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