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    Lula fortalece laços com Japão e Vietnã em visitas estratégicas na Ásia

    Em viagem marcada por celebrações históricas e acordos bilionários, presidente busca abrir mercados e atrair investimentos para o Brasil

    Lula, durante visita ao Japão, em 2023 (Foto: Ricardo Stuckert)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste domingo (23) uma visita de Estado ao Japão, com desembarque previsto para a noite em Tóquio. A agenda marca os 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão e reforça a estratégia diplomática do governo brasileiro de ampliar parcerias econômicas com países asiáticos. 

    “Nosso objetivo é dar impulso a setores prioritários e abrir novos caminhos para a relação bilateral. Esperamos especialmente a abertura do mercado japonês para a carne bovina e suína in natura do Brasil”, afirmou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.

    A visita representa um novo capítulo na Parceria Estratégica e Global firmada entre os dois países há uma década. O Japão é a nona maior fonte de investimentos estrangeiros no Brasil, com um estoque de US$ 35 bilhões acumulados apenas nos últimos três anos. Além disso, as relações entre os dois países se sustentam em laços históricos e humanos: o Brasil abriga a maior comunidade nipodescendente fora do Japão — mais de 2 milhões de pessoas — enquanto o Japão é lar da quinta maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil cidadãos.

    Durante sua estadia, Lula será recebido pelo imperador japonês e terá reunião de trabalho com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba. A programação também inclui um encontro empresarial no Hotel New Otani, com 500 representantes de setores como agronegócio, aeroespacial, energia, logística, alimentos e siderurgia. A iniciativa, organizada pelo Itamaraty com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), prevê assinatura de atos em áreas como ciência e tecnologia, educação, pesca, energias renováveis e descarbonização.

    Segundo o Itamaraty, a visita também deve aprofundar as discussões entre o Mercosul e o Japão, com vistas à ampliação de acordos comerciais e cooperação tecnológica. “Existe uma complementaridade entre as economias. O Japão já conhece o Brasil e há grandes oportunidades para ampliar as parcerias público-privadas”, destacou Saboia.

    Além dos investimentos industriais — com destaque para setores automotivo, elétrico e siderúrgico —, a cooperação técnica entre Brasil e Japão já dura mais de seis décadas. Dois marcos históricos nesse campo foram o fortalecimento do setor de siderurgia nacional a partir dos anos 1950 e o desenvolvimento da agricultura tropical no Cerrado por meio do programa Prodecer, lançado nos anos 1970.

    Na área científica, as duas nações priorizam cooperação em setores estratégicos como tecnologia aeroespacial, robótica, saúde, energias limpas e inteligência artificial. As possibilidades de colaboração em soluções de descarbonização, como o uso de etanol em combustíveis de aviação e biomassa para geração elétrica, também estão no centro da agenda.

    Em 2024, o intercâmbio comercial entre os dois países chegou a US$ 11 bilhões, com superávit de US$ 146,8 milhões para o Brasil. O país exporta ao Japão produtos como carne de frango, carne suína, minério de ferro, celulose e café. Do lado das importações, predominam componentes automotivos, motores e instrumentos de medição.

    Próxima parada: Vietnã

    Após o Japão, o presidente Lula segue para o Vietnã entre os dias 27 e 29 de março. O objetivo é formalizar o plano de ação da Parceria Estratégica entre os dois países, anunciada em novembro de 2024 durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

    “O Vietnã passou de um parceiro com US$ 500 milhões de comércio bilateral para quase US$ 8 bilhões em trocas. A meta agora é alcançar US$ 15 bilhões até 2025”, disse Saboia. O país asiático é atualmente o quinto maior destino global das exportações do agronegócio brasileiro.

    A visita também servirá para consolidar o diálogo político e impulsionar novas iniciativas de cooperação econômica e multilateral. O Vietnã é um dos maiores produtores mundiais de café, arroz e eletrônicos, áreas com grande potencial de cooperação com o Brasil.

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