PL vê Zambelli em situação complicada e pode rifá-la

247 - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) caminha para uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde já acumula cinco votos favoráveis à sua punição por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A informação é do blog da jornalista Andréia Sadi, no G1. O julgamento trata do episódio em que Zambelli sacou uma pistola e perseguiu um homem negro pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Parlamentares do próprio PL, legenda à qual Zambelli é filiada, consideram sua prisão praticamente certa. Para integrantes da sigla ouvidos pela jornalista, a situação da deputada “só piora” e tende a se agravar ainda mais no julgamento do segundo processo que tramita no Supremo: a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto.

Além da ação em andamento, que já conta com cinco votos para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão, a parlamentar é ré por envolvimento direto na invasão criminosa de sistemas da Justiça brasileira, o que deve pesar ainda mais contra ela nos próximos julgamentos. O placar parcial se refere ao caso da arma, em que Zambelli aparece armada e correndo atrás de um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, no bairro Jardins, em São Paulo.

O julgamento foi suspenso nesta segunda-feira (24) após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. Com isso, a análise do caso pode levar até 90 dias para ser retomada. Apesar da pausa, a tendência entre os ministros é de endurecimento no voto, especialmente no processo do ataque hacker, considerado mais grave.

Nos bastidores do PL, dirigentes já debatem como conduzir a crise provocada por Zambelli, cientes de que o caso do hacker compromete qualquer tentativa de defesa institucional. Ainda de acordo com a reportagem, não há qualquer expectativa de apoio por parte de Jair Bolsonaro.

Aliados próximos ao ex-presidente afirmam que ele responsabiliza diretamente a deputada pelo desgaste que sofreu no segundo turno das eleições de 2022. Bolsonaro teria confidenciado a interlocutores que Zambelli agiu de maneira “irresponsável” às vésperas da votação e, por isso, não pretende envolvê-lo em sua defesa jurídica ou política.

Com a perspectiva de derrota em série no Supremo e sem apoio interno ou externo, Zambelli tende a enfrentar sozinha os desdobramentos judiciais e políticos dos processos a que responde.