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    Após desgaste pela reação popular, oposição tenta se desvincular do "PL do estupro"

    'Acharam que estava tudo dominado, que ia ser uma semana de impor vexame ao governo, erraram na dose, perderam a mão e conseguira acordar as ruas', disse um líder governista

    Ato contra o Projeto de Lei (PL) 1.904/24 (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

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    247 - Um dos líderes do governo Lula (PT) avalia que o recuo da bancada evangélica e do presiente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em torno do Projeto de Lei (PL) que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio marca uma derrota da extrema direita. "Eles acharam que estava tudo dominado, que ia ser uma semana de impor vexame ao governo, erraram na dose, perderam a mão e conseguiram, sozinhos, acordar as ruas", disse um dos líderes à coluna da jornalista Daniela Lima, do G1. 

    Ainda conforme a reportagem, a oposição tenta agora se desvincular do projeto. O senador Ciro Nogueira (PI), um dos principais nomes do PP, destacou que nem ele, nem Lira, possuem compromisso em levar o mérito da proposta adiante. "O acordo, o gesto para a bancada evangélica, era apenas o de votar a urgência. Apenas isso. Não há qualquer acordo sobre o mérito (conteúdo) da proposta”, disse Nogueira. 

    A proposta de lei não apenas mobilizou a população, mas também revelou fissuras dentro da própria bancada evangélica e entre líderes religiosos em todo o país. Nas redes sociais, diversas figuras religiosas, incluindo pastores, manifestaram-se contra o projeto, o que contribuiu para a exposição das divisões internas.

    Para o grupo próximo a Lira, o desgaste causado pela proposta é inédito desde os eventos de 8 de janeiro de 2023. A análise é de que o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), um dos autores da proposta, pode ter garantido seu eleitorado evangélico para "umas três eleições", mas ao custo de expor a oposição a uma crise política significativa.

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