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Beto Faro, senador do PT: 'gestão de Campos Neto no Banco Central causa perplexidade'

O senador ressaltou que a autonomia do BC não pode ter interferências políticas. Presidente do BC deu sinais de aproximação com Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro

Beto Faro (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

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247 - O senador Beto Faro (PT-PA), em pronunciamento nesta terça-feira (18), manifestou preocupação com a conduta de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), e as repercussões na economia do país. O senador ressaltou que a autonomia conferida ao BC por lei complementar tem como objetivo garantir um ambiente econômico estável, com decisões baseadas em critérios técnicos, livres de interferências políticas. Mas aliados do governo Lula (PT) denunciam que o atual dirigente de autoridade monetária está sabotando e precisa dar explicações por causa da lentidão na redução dos juros, e por conta de sinais de aproximação com políticos oposicionistas ao Partido dos Trabalhadores, a exemplo do governador dem São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Jair Bolsonaro. 

"Essas ações não apenas geram incertezas desnecessárias, mas também podem comprometer a eficácia das políticas econômicas do governo federal", afirmou o senador. "Nesse contexto, é pertinente questionar os motivos por trás dessa postura do atual presidente do BC: que outros interesses, que não o zelo pela estabilidade monetária e pelo emprego, estariam motivando essas ações? O presidente do BC tem protagonizado atitudes que causam perplexidade". 

Aliados do governo do presidente Lula têm cobrado mais rapidez na queda dos juros, para estimular o acesso ao crédito, aquecer o poder de consumo, e aumentar o crescimento econômico. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 10,50% ao ano, após decisão dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central. O percentual representou uma diminuição de 0,25 ponto percentual. Foi o sétimo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023.

No começo das reduções, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê vinha reduzindo a Selic no mesmo ritmo: 0,5 ponto percentual a cada encontro. Com a decisão do mês passado, o corte na Selic foi de apenas 0,25 p.p.

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O dirigente do Banco Central chegou a sinalizar que pode ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador de São Paulo seja candidato a presidente da República e ganhe a eleição de 2026.

No entanto, Faro destacou que, desde o início do governo Lula, Campos Neto tem participado de eventos públicos e emitido declarações controversas que, na sua opinião, geram volatilidade nos mercados financeiros. Para o senador, essas ações comprometem a eficácia das políticas econômicas do governo federal.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: REUTERS/Adriano Machado

"A militância com setores especuladores tenta, de um lado, pôr fim à trajetória de queda da taxa Selic, alimentando a volta do crescimento dos juros. De outro lado, conspira contra a retomada da atividade econômica no governo Lula, forjando uma realidade fictícia de situação fiscal descontrolada no Brasil", complementou.

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Faro também mencionou a participação de Campos Neto em um jantar político na residência do apresentador Luciano Huck e questionou a atitude do presidente do BC. Segundo o parlamentar, essa postura pode indicar a existência de uma agenda oculta ou a pressão externa que ameaça a independência da instituição e a confiança dos mercados.

"Cabe a nós a responsabilidade de acompanhar de perto a atuação de Campos Neto e adotar eventuais medidas necessárias para garantir que a postura do presidente do BC esteja alinhada com os princípios de autonomia e responsabilidade que guiam a instituição. Não podemos nos furtar de nossa responsabilidade de zelar pela estabilidade e previsibilidade econômica do Brasil. Não podemos aceitar que um agente público atue contra o país com posturas inadequadas ao cargo exercido, minando a credibilidade do país e gerando graves problemas para o povo brasileiro".

* Com informações da Agência Senado

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