Presidente do BRB se reúne com Galípolo e aposta em aprovação da compra do Master
"Vão falar mal do BRB porque a instituição passará da 14ª para a 9ª colocação", aponta ainda Paulo Henrique Costa
247 – Em meio às especulações e pressões do setor financeiro, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, demonstrou confiança na aprovação da aquisição do Banco Master pelo Banco Central. A operação, anunciada na última sexta-feira (28), ainda depende do aval da autoridade monetária, mas Costa reforçou, em mensagem aos funcionários, que o negócio é sólido e representa um passo estratégico para o crescimento da instituição. A informação é da Folha de S.Paulo, que teve acesso à comunicação interna.
“Vão falar mal do BRB porque a instituição vai sair da 14ª para a 9ª colocação em ativos de crédito”, disse o presidente, referindo-se às críticas que a operação tem enfrentado por parte de grandes bancos. Costa também antecipou que a marca do Master provavelmente será substituída por BRB Corporate Bank, reforçando o protagonismo da instituição pública no mercado financeiro nacional.
Encontro com o Banco Central
A declaração de Costa foi feita após uma reunião com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta segunda-feira (31), em Brasília. Participaram também os diretores de Fiscalização, Ailton Aquino, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes. O encontro buscou alinhar detalhes da operação, que pode reposicionar significativamente o BRB no sistema bancário nacional.
Mais cedo, Galípolo também se reuniu com o chairman e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves. Nesta terça-feira (1º), será a vez de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, ter seu encontro com Galípolo, dando sequência à agenda de articulação com o BC.
Confiança na aprovação
Apesar das especulações na imprensa sobre uma possível rejeição da operação, dirigentes do BRB e do Master consideram remota essa hipótese. De acordo com fontes envolvidas nas negociações, o acordo só foi fechado após avaliações jurídicas e econômicas que apontaram ganhos para as duas instituições e para o próprio mercado, ainda dominado por grandes conglomerados financeiros.
O otimismo também está refletido na estimativa de prazo para a aprovação. Embora o BC tenha até 360 dias para analisar a operação, a expectativa de Costa é que a autorização ocorra entre três e seis meses. Técnicos próximos ao processo avaliam que, se não houver pendências documentais, o aval pode sair até em oito semanas.
Consolidação e riscos
Com a união, o novo banco somará R$ 112 bilhões em ativos totais, R$ 72 bilhões em carteira de crédito e mais de R$ 100 bilhões em captações. Vorcaro, controlador do Master, continuará à frente da parte societária e ficará com ativos de maior risco, como precatórios estimados em R$ 7,5 bilhões e outros direitos creditórios que podem chegar a R$ 23 bilhões, segundo o BRB. "As auditorias ainda estão em curso e qualquer ativo ou passivo de maior risco que nós não tivermos interesse em trazer pelo BRB não virá a contar", declarou Costa.
Uma das preocupações do mercado é o estoque de aproximadamente R$ 50 bilhões em CDBs do Master, com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), instrumento financiado pelos próprios bancos. Ainda assim, o BRB aposta na sinergia tecnológica com o Master para expandir sua atuação em mercados como o consignado privado, lançado recentemente pelo governo federal.
Paulo Henrique Costa também revelou que a compra do Master é fruto de um plano antigo, após tentativas frustradas de outras duas aquisições. Para realizar a operação, o BRB contou com consultorias da PwC e do escritório de advocacia Lefosse, destacando a robustez e o cuidado técnico do processo.
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