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Silvio Almeida teria ameaçado ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos: "vou acabar com a sua vida, não vai mais existir"

Segundo Leonardo Pinho, o ex-ministro também exigia que ele gravasse escondido reuniões com sua equipe

Silvio Almeida (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

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247 - Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, fez graves acusações contra o ex-ministro Silvio Almeida, alegando ter sido vítima de assédio moral e ameaças em diversas reuniões. Segundo Pinho contou a Guilherme Amado, do Metrópoles, Almeida, durante os encontros, costumava bater na mesa enquanto gritava com ele. A situação teria ocorrido em várias ocasiões, incluindo uma reunião em novembro de 2023, pouco antes de Pinho pedir demissão.

Pinho revelou que, em outubro, Almeida o chamou ao gabinete e fez uma exigência: “ele me pediu para gravar reuniões com a minha equipe, que tinha se recusado a assinar documentos fora do fluxo do ministério. Também pediu para eu gravar integrantes do Ciamp [Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua], que haviam criticado o plano do ministério por falta de transparência. Eu falei ‘não’. Foi a mesma cena: ele se levantou da mesa, xingou e deu socos na mesa. Me disse que os meus dias estavam contados”.

Durante a conversa, Pinho sugeriu que Almeida melhorasse sua relação com outros ministérios, citando Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. Ele afirmou ter mencionado a ministra por ter recebido relatos sobre dificuldades na relação entre os dois. Segundo Pinho, o clima tenso entre os ministérios se devia à dependência orçamentária da pasta de Igualdade Racial em relação aos Direitos Humanos, até mesmo para itens simples como passagens aéreas. No entanto, a sugestão de Pinho foi recebida com hostilidade.

Almeida teria reagido de forma agressiva, segundo o relato de Pinho: “ficou descontrolado, transtornado, quando mencionei a Anielle. Me falou: ‘você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda’. Fiquei sem entender e tive medo de ele me agredir. Ele também disse, em relação ao meu trabalho no ministério: ‘eu vou acabar com a sua vida, você não vai mais existir’”. O ex-diretor afirma que, após esse episódio, saiu da reunião em choque e ligou para sua esposa.

“Saí da reunião, liguei para minha esposa e chorei. Tive problemas de saúde por causa dessa situação, pressão alta, diabetes, ganhei peso. Eu já estava decepcionado com ele, mas ali fiquei com medo. Era uma pessoa de envergadura, que foi sócio de escritórios importantes de advocacia”, desabafou Pinho. 

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