Cuidado com esse simples gesto ao tirar uma foto e postar nas redes sociais
Esses gestos estão sendo interpretados por facções criminosas como símbolos de gangues rivais
247 - Uma série de assassinatos na Bahia, motivados por gestos feitos com as mãos em fotos publicadas nas redes sociais, tem alarmado moradores e atraído atenção nacional. De acordo com o jornal Correio da Bahia e o portal UOL, esses gestos estão sendo interpretados por facções criminosas como símbolos de gangues rivais, levando à execução de pessoas — muitas vezes sem qualquer envolvimento com o crime organizado.
O caso mais recente ocorreu na última segunda-feira (6), em Feira de Santana, a cerca de 115 km de Salvador. Marcos Vinícius Alves Gonçalves, de 20 anos, foi morto a tiros após publicar uma foto na qual fazia um gesto que teria sido associado a uma facção criminosa. Segundo a Polícia Civil, dois homens se aproximaram, verificaram o celular da vítima e efetuaram os disparos. Marcos não possuía antecedentes criminais, mas seu gesto foi o suficiente para que fosse identificado como um suposto membro de uma organização rival. Dois suspeitos foram presos pelo crime.
Esse não foi um caso isolado. O Correio da Bahia contabilizou ao menos oito mortes atribuídas a esse tipo de retaliação nos últimos 12 meses. Entre as vítimas, estão Gustavo Natividade, de 15 anos, e Daniel Natividade dos Santos, de 21 anos, percussionistas do bloco afro Malê Debalê, mortos em outubro de 2023 em Camaçari. Ambos foram assassinados após publicarem fotos com gestos similares aos de uma facção.
O impacto desses crimes já ultrapassou o âmbito policial. Guias turísticos em Salvador têm alertado visitantes para evitarem fotos com sinais de mãos, enquanto o episódio mais recente virou tema de discussão política. O governo estadual, liderado pelo PT há 17 anos, vem sendo alvo de críticas de seus opositores, que cobram medidas mais eficazes contra a violência associada às facções.
Na última semana, a cantora baiana Duquesa tomou uma atitude drástica ao excluir o videoclipe de sua música Fuso das redes sociais. O vídeo mostrava a artista fazendo gestos que poderiam ser interpretados como alusivos a facções. “Prefiro me resguardar e evitar interpretações que não condizem com a minha intenção”, declarou em comunicado oficial.
A Polícia Civil afirmou não possuir dados específicos sobre crimes motivados por gestos em fotos e não indicou fontes oficiais para tratar do tema. Ainda assim, a crescente incidência de casos aponta para a necessidade urgente de ações integradas entre segurança pública, educação e conscientização social para lidar com essa nova dinâmica de violência.
Enquanto o debate avança, fica o alerta para a população: em tempos de redes sociais, um gesto aparentemente inocente pode ter consequências trágicas em regiões marcadas pela disputa entre facções.
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