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João Campos enfrenta questionamentos de uso eleitoral e falta de estrutura de creches conveniadas da Prefeitura do Recife

Em entrevista a uma rádio local, o prefeito afirmou que “não tem compromisso com o erro” e antecipou que cinco unidades estão sendo descredenciadas

João Campos (Foto: Edson Holanda/PCR)

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247 - Candidato à reeleição no Recife, o prefeito João Campos (PSB) tem enfrentado desde a última semana questionamentos a respeito da contratação, via subvenção social, de 9,2 mil vagas de creches e pré-escola junto a instituições privadas, ação que já custou – para o funcionamento de cerca de 70 unidades – um total de R$ 38 milhões em 2024. Os recursos são municipais e federais, via Fundeb. De acordo com adversários – que vão desde o ex-ministro de Turismo de Bolsonaro, Gilson Machado Neto (PL), até a candidata do PSOL, Dani Portela, passando pelo candidato Daniel Coelho (PSD) – as unidades privadas credenciadas pela Secretaria de Educação seriam gerenciadas por vereadores e candidatos a vereador vinculados à base do prefeito e teriam sido habilitadas sem cumprir exigências do edital, como por exemplo existir há pelo menos um ano e apresentar o Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Na contrapartida, o prefeito afirmou ontem, em entrevista à Rádio Jornal, “que não tem compromisso com o erro” e que já há “cinco creches sendo descredenciadas”.

As denúncias foram apresentadas inicialmente pelo veículo digital “Marco Zero Conteúdo”, que publicou em 27 de agosto a reportagem “O que João Campos não conta sobre as creches do Recife”. A reportagem é assinada por Jorge Cavalcanti e Inácio França.

Em vídeo postado nas redes sociais logo após a publicação da matéria, Dani Portela afirmou que o PSOL vai buscar todas as instâncias para que o assunto seja apurado: “João Campos, você vai precisar responder essa denúncia, que é gravíssima: o uso de equipamentos públicos como creches municipais para benefício eleitoral fere a democracia. Isso não pode ser admitido, inclusive com parcerias privadas que recebem milhões em dinheiro público para beneficiamento eleitoral. Nós do PSOL tomaremos todas as providências cabíveis em todas as instâncias. É uma resposta que o prefeito deve às crianças e às mães. Isso é um verdadeiro escândalo”, afirmou.

Ontem, o candidato do PL à Prefeitura do Recife, Gilson Machado Neto, convocou a imprensa para uma coletiva, onde tratou sobre o assunto. “O que está acontecendo é grave, é estarrecedor. As creches são de aliados políticos do prefeito, com suspeita de uso de dinheiro público para benefício eleitoral. A gente tem que apurar isso aí. A gente quer explicação do poder público agora”, afirmou. Para Daniel Coelho (PSD), que também concorre à Prefeitura, em sabatina a um blog local, o prefeito está trocando vagas de creches por votos. “João Campos pegou o seus vereadores e entregou para os vereadores que o apoiam contratos com dinheiro do Fundeb , é recurso federal, para que eles colocassem ali numa residência que havia uma creche, sem atender as prerrogativas do Ministério da Educação. São creches de vereadores, direcionadas aos vereadores, trocando vagas de creche por votos”, afirmou Daniel.

Questionado na sabatina da Rádio Jornal sobre as denúncias, João Campos defendeu as creches da sua gestão, mas antecipou que “não tem compromisso com o erro”. “São mais de 10 etapas técnicas que a entidade precisa fazer para poder ser habilitada. Qualquer tipo de não cumprimento de exigência, a prefeitura pode e deve e descredenciar. Temos hoje cinco processos de descredenciamento de creches que não se adequam ao modelo. Não há ingerência política nisso”, defendeu. Apesar de ter afirmado que há processos de descredenciamento, o prefeito não detalhou quais seriam essas unidades.

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