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ABMD participa de debate sobre sustentabilidade do jornalismo em evento do G20

A presidente da associação, Adriana Delorenzo, moderou o painel sobre sustentabilidade dos produtores de conteúdo de interesse público

Evento da ABMD (Foto: Divulgação )

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247 - A Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD) participou de evento paralelo do G20 sobre integridade da informação realizado em São Paulo nesta quarta-feira (1). A presidente da associação, Adriana Delorenzo, moderou o painel sobre sustentabilidade dos produtores de conteúdo de interesse público. 

De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, a integridade da informação “depende do fortalecimento do jornalismo e sustentabilidade dos produtores de informação”. O titular da pasta afirmou que é preciso avançar na regulação das plataformas com a remuneração dos produtores.

Os participantes defenderam a regulamentação das plataformas digitais, o engajamento da sociedade na luta contra a desinformação, políticas públicas para a educação digital, a proteção a crianças e adolescentes de conteúdos violentos e nocivos.

Os palestrantes alertaram como os discursos de ódio impactam a democracia, geram negacionismo da ciência e da crise climática e têm sua distribuição privilegiada pelos algoritmos. Outro tema presente nas discussões foi o uso da IA. 

O evento, promovido pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, reuniu representantes dos diversos países que compõem o grupo, para debater formas de combater a desinformação e a proliferação de discursos de ódio nas plataformas digitais, uma ameaça mundial. Um dos pilares apontados nas discussões para a garantia da integridade da informação é o fortalecimento do jornalismo plural, diverso e de interesse público. 

No dia 30, houve uma série de discussões em eventos fechados dos grupos de engajamento, nos quais a ABMD também esteve representada. 

No painel que debateu esse tema, o vice-ministro adjunto associado de Assuntos Culturais do Canadá, Thomas Owen Ripley, falou sobre a legislação aprovada no país, que exige que plataformas como Facebook e Google paguem as empresas jornalísticas. A lei entrou em vigor no ano passado e, segundo Ripley, um ouvidor analisa os impactos. A Meta, por exemplo, vem bloqueando conteúdos jornalísticos na plataforma. 

Bander Alsulami, diretor de Informações, Autoridade Geral de Regulamentação de Mídia da Arábia Saudita, trouxe um panorama das ações desenvolvidas em seu país, especialmente sobre o uso da IA no jornalismo e ações de cidadania digital. 

Karen Kaiser, consultora-geral da Associated Press, falou sobre os ataques que o jornalismo e jornalistas vêm sofrendo, que aumentam durante períodos eleitorais. 

Nishant Lalwani, CEO do Fundo Internacional para Mídia de Interesse Público, e Paula Miraglia, fundadora e diretora geral da Journalism and Tech Task Force, defenderam financiamentos de coalizões multilaterais e internacionais para empresas jornalísticas. 

O fundo, que é apoiado por governos como os EUA e França, empresas e bigh techs, financia projetos jornalísticos de países do Sul Global. No Brasil, além do Journalism and Tech Task Force, Nexo e Marco Zero recebem recursos financeiros.

Segundo Paula Miraglia, esses investimentos de filantropia e cooperação internacional externos garantiriam a inovação e “independência”. Por outro lado, ela criticou veículos jornalísticos que vendem publicidades programáticas, como a nativa em sites, para conseguir sua sustentabilidade. 

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