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    Aeroporto de Guarulhos, onde alvo do PCC foi assassinado, recebe 120 mil passageiros por dia

    Antonio Gritzbach foi morto com de tiros em área de grande circulação; terminal é um dos mais movimentados do mundo

    Assassinato no Aeroporto de Guarulhos (Foto: Reprodução )

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    247 – Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e delator em uma das maiores investigações sobre a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto a tiros na última sexta-feira, 8 de novembro, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Conforme reportado pelo jornal Estado de S. Paulo, o assassinato ocorreu em meio à movimentada rotina do terminal, que recebe em média 120,6 mil passageiros por dia, sendo o maior aeroporto do Brasil e um dos 30 mais movimentados do mundo.

    O crime aconteceu por volta das 16h, um dos horários de maior movimento no Terminal 2, que possui 45 portões de embarque e quatro áreas de check-in. Gritzbach retornava de uma viagem com sua namorada quando foi surpreendido por atiradores armados com fuzis, que dispararam pelo menos 27 tiros, atingindo-o em diversas partes do corpo, incluindo cabeça, tórax e braços. Imagens de câmeras de segurança captaram o momento em que o empresário tenta escapar com uma mala de rodinhas antes de ser baleado e cair próximo à faixa de pedestres, enquanto outros passageiros correm em pânico.

    A investigação e o contexto do crime

    Gritzbach estava envolvido em um caso de grande magnitude que expunha a complexa rede de operações financeiras do PCC, envolvendo desde negócios imobiliários na zona leste de São Paulo até transações vinculadas ao futebol. Jovem corretor de imóveis, ele se aproximou de figuras influentes do crime, como Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, cuja morte em 2021, supostamente ordenada por Gritzbach após um desfalque de R$ 100 milhões em criptomoedas, selou seu destino dentro da organização criminosa.

    O empresário já havia sobrevivido a ameaças e um sequestro orquestrado pela facção. Na ocasião, apesar de ser levado a um tribunal do crime, foi poupado, pois só ele sabia as chaves para o resgate das criptomoedas desviadas – o que, para o PCC, tornava sua morte prematura uma perda financeira significativa.

    O acordo de delação premiada que Gritzbach firmou com o Ministério Público Estadual foi homologado pela Justiça em abril de 2024, após anos de negociação. Em seus depoimentos, ele revelou detalhes sobre o uso de imóveis e o envolvimento de empresários e dirigentes com o PCC, além de abordar o papel do tráfico no financiamento de operações ligadas ao futebol.

    O aeroporto de Guarulhos e o impacto do crime

    O Aeroporto Internacional de Guarulhos, inaugurado em 1985, não só é um ponto central da malha aérea brasileira como também um espaço de grande movimentação e complexidade operacional. Em setembro de 2024, por exemplo, foram registrados mais de 3,6 milhões de passageiros e quase 24 mil aeronaves em trânsito. Com a recente implementação de um procedimento que permite o uso simultâneo das duas pistas para decolagens, o aeroporto chegou a atingir o recorde de 38 decolagens por hora, mostrando a agilidade e o dinamismo de suas operações.

    O assassinato de Gritzbach em um local de alta visibilidade e segurança reforça as preocupações com a audácia do crime organizado e seus métodos de retaliação, mesmo em espaços públicos movimentados. O fato de a execução ter ocorrido à luz do dia, em uma área com um fluxo constante de pessoas, destaca os desafios enfrentados pelas autoridades em conter a violência e proteger delatores.

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