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    Caso Marielle: Moraes derruba sigilo da delação de Lessa e autoriza transferência a Tremembé

    Decisão de retirar sigilo foi tomada em resposta às publicações jornalísticas que divulgavam informações fragmentadas sobre os depoimentos do réu

    Ronnie Lessa (Foto: Reprodução)

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    247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi tomada em resposta às publicações jornalísticas que divulgavam informações fragmentadas sobre os depoimentos de Lessa.

    Em um trecho da decisão, Moraes afirmou: "Diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações e trechos incompletos dos vídeos relativos às declarações prestadas por Ronnie Lessa em sede de acordo de colaboração premiada, torno públicos os Anexos 1 e 2 do referido acordo, bem como os vídeos a eles relacionados, conforme concordância da PF que apontou não existir mais necessidade do sigilo para as investigações. Os demais anexos permanecerão em sigilo."

    Além de levantar o sigilo da delação, Moraes também autorizou a transferência de Lessa para o Presídio de Tremembé, em São Paulo. A defesa do colaborador havia solicitado a mudança de unidade prisional, e o ministro aceitou o pedido, impondo, no entanto, uma condição, de acordo com o portal UOL: as comunicações verbais ou escritas de Lessa com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária deverão ser monitoradas, inclusive durante as visitas, enquanto não se encerrar a instrução processual.

    A DELAÇÃO - Em sua delação premiada, Lessa confessou que não atuava como assassino de aluguel, mas que aceitou matar Marielle Franco para se tornar sócio da família Brazão em uma milícia. "Então eu quero deixar claro, doutor, que, ali, eu não fui contratado para matar. Eu não sou um matador de aluguel. Eu fui contratado para ser sócio e para ocupar a área", declarou Lessa, conforme vídeo obtido pela Folha de S. Paulo.

    Ele explicou que seu papel na sociedade seria facilitar o trânsito dentro das polícias Civil e Militar, corporações nas quais trabalhou por mais de dez anos em cada. Lessa detalhou que foi convidado por Domingos e Chiquinho Brazão para realizar o crime.

    A delação de Lessa está concentrada nos casos que ele já responde na Justiça. Ele negou ter trabalhado na segurança do contraventor Rogério Andrade e afirmou não ter sido contratado para matar um miliciano pelo ex-vereador Cristiano Girão.

    Lessa também estaria envolvido no planejamento do assassinato da então presidente da escola de samba Salgueiro, Regina Celi. Segundo ele, adiou a execução desse serviço para não "se queimar" antes de realizar o assassinato de Marielle. "Porque a questão é, por mais que eu não soubesse quem ainda é Marielle, mas eu sabia que tinha uma coisa para ficar rico. Eu não vou me queimar por besteira se tem uma coisa para ficar rico. Então falei: 'Macalé...' Eu fui empurrando, empurrando."

    MOTIVAÇÕES - Investigadores continuam apurando se o motivo do assassinato de Marielle Franco foram as denúncias da vereadora contra a exploração imobiliária ilegal nas periferias do Rio de Janeiro, o que teria contrariado os interesses de Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e do deputado federal Chiquinho Brazão.

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