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    Em delação, Ronnie Lessa diz que foi sugerido matar também outros nomes do Psol

    Acusado e preso por ter assassinado vereadora em 2018 teve depoimentos revelados por ordem de Alexandre de Moraes

    (Foto: Reprodução/JN)

    Brasil de Fato - Trechos da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes em 2018, disponibilizados por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, revelaram que foi sugerudo matar outros nomes do Psol.

    No depoimento prestado à Polícia Federal, Lessa explicou que a ordem de buscar nomes do Psol foi do ex-policial Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, considerado um intermediário entre os executores e os mandantes do crime.

    Segundo Lessa, um dos nomes seria o de Marcelo Freixo, mas o plano não foi levado adiante por temor da repercussão que o caso teria e pelo esquema de segurança que o hoje presidente da Embratur teria. 

    “O cara tem 20 seguranças. Você tem algum amigo sniper? Porra, Macalé, você tem noção do problema que isso gera? Sniper por sniper eu sou, porque eu a tiro de fuzil, de ferrolho, há quase 30 anos”, disse Lessa no depoimento em referência a proposta de assassinar Freixo.

    Mas este não foi o único nome do Psol cogitado. No depoimento, Lessa revela que Macalé orientou que outros políticos fossem monitorados.  

    Nos trechos revelados por Alexandre de Moraes, Lessa fala também que o assassinato de Marielle Franco quase aconteceu três meses antes do dia de fato. 

    Segundo o ex-policial, a vereadora estava em um bar e foi identificada por Macalé. No entanto, Lessa revela que “perdeu a oportunidade”.

    "Esse bar da Praça da Bandeira. Porque esse bar, é, eu já tinha perdido uma oportunidade porque o Macalé não tinha chegado a tempo. E ela estava sentada nesse bar, não sei como o Macalé soube disso. Mas alguém que estava seguindo ela falou: 'ela está no bar'. Alguém estava seguindo ela", disse Lessa.

    Também nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou a transferência do Lessa para o presídio de Tremembé, em São Paulo. O miliciano estava no presídio de Campo Grande (MS). 

    Desde março, por meio do depoimento de Lessa, sabe-se que os irmãos Brazão teriam oferecido a ele e a Macalé um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.

    Além dos irmãos Brazão, Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, também foi preso em março. Ele foi ouvido pela primeira vez, pela Polícia Federal, na última semana, por ordem de Alexandre de Moraes. 

    Rivaldo é acusado de ter atuado para tentar protegê-los da investigação depois do assassinato, o que ele nega. 

    Já Macalé foi morto em novembro de 2021 e, até hoje, as investigações sobre seu assassinato não foram finalizadas.

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