Ronnie Lessa sobre o assassinato de Marielle: polícia do Rio "tava toda na mão"
Novos detalhes da colaboração premiada do miliciano apontam para a tentativa de usar o Judiciário para acobertar o crime
247 - Réu confesso por ter dado os tiros que mataram a então vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), em março de 2018, o ex-policial Ronnie Lessa afirmou ter recebido garantias de um ambiente tranquilo para cometer o crime já que a Polícia Civil do Rio "tava toda na mão".
De acordo com o miliciano, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão teria tranquilizado ele sobre as possíveis consequências do crime na esfera policial.
Lessa disse que o ex-membro do TCE-RJ se referia a um acordo já firmado com o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. "Ele [Domingos] não falava de outro delegado, nem de inspetor, nem de ninguém. Ele falava exclusivamente de Rivaldo Barbosa", de acordo com o portal Metrópoles.
Conforme a delação, Barbosa teria colocado uma condição para se envolver no homicídio: o crime não podia partir da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para evitar que hipóteses de um crime político surgissem nas investigações. "“[…] não poderia acontecer nada se não fosse cumprir essa exigências de que o crime não poderia partir da Câmara de Vereadores", afirmou Lessa.
A ex-parlamentar foi morta por integrantes do crime organizado em março de 2018 num lugar sem câmeras na região central do Rio. Antes do assassinato, o carro onde estavam dois milicianos (Lessa e Élcio de Queiroz) perseguiu por cerca de três a quatro quilômetros o veículo onde estava Marielle.
Investigadores apuram se a motivação do crime foram as denúncias feitas pela ex-vereadora contra a exploração imobiliária ilegal no Rio, o que teria contrariado interesses da família Brazão.
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