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    Nunes conquistou mais votos de bolsonaristas do que Boulos de lulistas

    Prefeito paulistano atraiu 83% do eleitorado de Bolsonaro, enquanto Boulos reuniu 65% do apoio dos seguidores de Lula

    Presidente Lula em ato de campanha com o candidato a prefeito Guilherme Boulos e sua candidata a vice, Marta Suplicy, em São Paulo, SP, 05/10/2024 (Foto: REUTERS/Felipe Iruata)

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    247 – Na véspera da eleição que definirá o próximo prefeito de São Paulo, pesquisa do Datafolha revela uma divisão interessante entre os eleitores do presidente Lula (PT) e os de Jair Bolsonaro (PL). O levantamento, encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, entrevistou 2.052 pessoas nos dias 25 e 26 de outubro e registrou os resultados na Justiça Eleitoral sob o código SP-01690/2024. Com margem de erro de dois pontos percentuais, a pesquisa mostra que o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), captou 83% do apoio do eleitorado bolsonarista, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) assegurou 65% do eleitorado lulista, segundo aponta reportagem da Folha.

    A adesão de bolsonaristas a Nunes se manteve alta mesmo diante da relação hesitante entre os dois candidatos, marcada por acenos discretos e poucas aparições em conjunto. O atual prefeito demonstrou força nesse grupo, que, embora tenha sido majoritariamente fiel ao ex-presidente, se dividiu no primeiro turno entre Nunes e o influenciador Pablo Marçal (PRTB). Já os eleitores de Lula estão mais divididos: 65% confirmaram voto em Boulos, enquanto 25% se inclinaram para Nunes. Esse grupo, ao longo do segundo turno, teve leve oscilação de apoio, que caiu de 31% para 25% em duas semanas. Outros 8% do eleitorado lulista afirmaram que devem votar em branco ou nulo, percentual que sobe para 10% entre os apoiadores de Bolsonaro.

    No cenário geral, Nunes chega à reta final da disputa com 57% das intenções de votos válidos, enquanto Boulos soma 43%, consolidando uma vantagem construída com o apoio majoritário do público de Bolsonaro.

    Alinhamento cauteloso entre Bolsonaro e Nunes

    A última semana de campanha foi marcada por um encontro oficial entre Bolsonaro e Nunes, que, no entanto, seguiu uma linha cautelosa, evidenciada em discursos breves e discretos. A presença de Bolsonaro ao lado do prefeito foi estrategicamente pensada para não repelir os eleitores que, até o primeiro turno, haviam se dividido entre Nunes e Marçal. Em um evento na terça-feira (22), Bolsonaro, Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) participaram de encontros com empresários e gravaram um podcast. Com baixa participação na campanha até então, Bolsonaro evitou forte engajamento, enquanto Tarcísio de Freitas tomou para si o papel de cabo eleitoral, cancelando compromissos para apoiar a reeleição de Nunes.

    Lula e Boulos: apoiadores com limitações

    Boulos, apadrinhado politicamente por Lula, manteve durante toda a campanha uma base consistente entre os apoiadores do presidente. Contudo, enfrentou certa divisão, já que, no primeiro turno, uma parcela de lulistas apoiou o atual prefeito e a deputada Tabata Amaral (PSB), que posteriormente declarou voto em Boulos, mas evitou participações mais engajadas na campanha do candidato do PSOL. Durante o segundo turno, a presença de Lula também foi reduzida, devido a compromissos presidenciais e imprevistos de saúde. Um acidente doméstico o impediu de participar de um evento com Boulos na véspera da eleição, e outros compromissos foram cancelados, deixando para o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) o papel de apoio ao candidato do PSOL, o qual acompanhou em atos no centro de São Paulo e na Avenida Paulista.

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