PM afastado relata que teria dado um tiro em homem jogado de ponte
No registro, é possível observar quatro policiais, não identificados, discutindo a operação com três advogados
247 - Policiais militares investigados por envolvimento em uma ação controversa na zona sul de São Paulo, onde um homem rendido foi jogado de uma ponte, relataram a dinâmica do episódio a advogados em frente à Corregedoria da Polícia Militar, no centro da capital. A reunião ocorreu na última terça-feira (3) e parte da conversa foi registrada em vídeo pelo Metrópoles, que divulgou as imagens.
No registro, é possível observar quatro policiais, não identificados, discutindo a operação com três advogados. Um dos agentes, de costas para a câmera, descreveu detalhes da perseguição que culminou no ato de violência. De acordo com testemunhas ouvidas pelo Metrópoles, a vítima, embora ferida, conseguiu sair andando do local após o ataque. Até a noite de terça, porém, não havia sido localizada.
Durante a conversa, o PM narrou trechos da ação: “Alinhadinho ali na base 1 [sic]. Aí vem uma motinho e de um lado o moleque sai correndo. Aí eu saio de dentro da viatura e tento acertar ele. Não acertei. Desembarquei. Isso quando eu subo, aí é justamente o moleque de azul, eu vi que ele chegou ali em cima…. [inaudível]. Eu teria descido para dar um tiro… [inaudível]. Aí eu pensei muito naquilo… [inaudível].”
Investigação em andamento
A gravação ocorreu enquanto os policiais aguardavam para prestar depoimento à Corregedoria. Ao todo, 13 agentes foram afastados das ruas enquanto a investigação avança. Um dos policiais já ouvidos foi o soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, suspeito de ser o autor do ataque. Imagens divulgadas anteriormente mostram um PM empurrando a vítima da ponte.
Segundo o advogado de Pereira, o soldado compareceu à Corregedoria e negou-se a comentar o caso à imprensa. A defesa confirmou que ele é investigado como o responsável pela agressão.
O caso chamou atenção pela gravidade da conduta policial e pela violência envolvida. A Polícia Militar de São Paulo destacou que todos os agentes estão sob investigação e prometeu colaborar com as apurações.
A ação reforça os debates sobre o uso excessivo da força por parte das autoridades, reacendendo questionamentos sobre práticas de abordagem e os limites da atuação policial.
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