Polícia Civil de SP não vai investigar agressão de PMs a estudantes em manifestação contra Tarcísio

247 - A Polícia Civil de São Paulo afirmou à Universidade de São Paulo (USP) que não vai investigar a denúncia de agressão a estudantes registrada contra a Polícia Militar, informa a Folha de S.Paulo. Na semana passada, policiais militares usaram a violência contra estudantes de direito que participavam de uma manifestação contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), presente na universidade para a posse do procurador-geral de Justiça de SP, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

Um dos motivos do protesto foi a aprovação da criação de escolas cívico-militares esta semana pelos deputados estaduais de São Paulo. De acordo com o projeto, a Secretaria da Educação seria responsável pela condução pedagógica nas instituições de ensino, e a Secretaria da Segurança Pública, pela administração e disciplina. Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio foi o autor da proposta.

A direção da Faculdade de Direito registrou um boletim de ocorrência pedindo a apuração dos fatos. No entanto, o pedido foi indeferido. “Constata-se que o caso tem como suposto autor Policial Militar do Estado de São Paulo. Assim, o agente público competente para a apreciação dos fatos narrados é o Oficial Encarregado da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo", diz a resposta da Polícia Civil.

A Faculdade de Direito alega que a Polícia Civil tem a obrigação de apurar os fatos, já que trata da denúncia de um crime cometido pela PM. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também afirma que a própria Polícia Militar está analisando as imagens da ação e afirma que apura uma suposta tentativa de roubo de arma de um agente.